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Osteoporose: saiba mais sobre doença que atinge idosos

A primeira forma de tratamento da doença, é tentar conter a perda óssea do paciente

Doença é mais frequente nos idosos mas pode acontecer em outros momentos da vida

Nesta semana é lembrado o Dia Mundial e Nacional da Osteoporose. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 15 milhões de pessoas sofrem com a doença no Brasil. Segundo Daniel Oliveira, médico ortopedista especialista em coluna vertebral e diretor do Núcleo de Ortopedia e Traumatologia de Belo Horizonte, a osteoporose é uma condição que faz com que a densidade do osso diminua de forma progressiva, tornando o osso mais frágil e quebradiço. “O nome significa ossos porosos. À medida que envelhecemos, acontece uma perda natural e gradativa da massa óssea. Se essa perda atinge um nível capaz de desordenar a estrutura dos ossos, ele se torna frágil e aumenta o risco de fraturas”, define.

O médico alerta que a osteoporose não apresenta sintomas na fase inicial. “Por ser uma doença silenciosa, normalmente o paciente só descobre que está com o desgaste quando sofre alguma fratura ou começa a sentir dores decorrentes de quedas. A confirmação do diagnóstico da osteoporose se dá através da densitometria óssea”, destaca.

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Tratamento

A primeira forma de tratamento da doença, é tentar conter a perda óssea do paciente a partir da ingestão de vitamina D e cálcio, seja por dieta ou suplementação da vitamina e do mineral. “Aqueles que estão diagnosticados com osteoporose, além da suplementação da vitamina D, combinado com a exposição solar consciente, devem consumir cálcio, praticar atividade física, e fazer uso de medicamentos que melhorem a resistência óssea, impulsionem a reconstrução e impeçam a degeneração. Entre os mais utilizados estão os bifosfonatos, que possuem eficácia constatada no que diz respeito ao aumento da massa óssea da coluna e do quadril; a calcitonina e medicamentos biológicos, capazes de diminuir o ritmo da degeneração. A escolha do medicamento vai depender de pessoa para pessoa, segundo avaliação médica. Em casos de fraturas na coluna, é indicado uso de coletes e, em casos mais graves, procedimentos minimamente invasivos, como cifoplastia com balão e vertebroplastia, ou cirurgia de fusão espinhal”, conclui o médico ortopedista especialista em coluna vertebral e diretor do Núcleo de Ortopedia e Traumatologia de Belo Horizonte, Daniel Oliveira.

Prevenção

Para Simone de Paula Pessoa Lima, médica geriatra da Saúde no Lar, a prevenção da osteoporose é sempre o melhor caminho. “Hábitos saudáveis de vida, tais como a exposição ao sol pela manhã, evitar o tabagismo, consumo exagerado de café e bebidas alcoólicas, a prática regular de atividades físicas como musculação. Outras opções que ajudam seriam a corrida, caminhada, dança por auxiliarem na renovação celular dos ossos, fazendo com que se tornem mais fortes e menos suscetíveis a fraturas. A ingestão de uma dieta saudável, rica em cálcio, com alimentos como leite, queijo, espinafre, sardinha e brócolis, por exemplo, são fundamentais para manter a saúde dos ossos em dia. De preferência não só após os 60 anos, mas desde a infância para atingir um bom pico de massa óssea que ocorre por volta das 20 aos 25 anos”, detalha.

A médica destaca que, apesar da osteoporose ser uma doença relacionada à terceira idade, por volta dos 25 anos é que o indivíduo consegue atingir o nível mais elevado da massa óssea. “Por isso é tão importante a conscientização ao longo da vida, garantindo a prática de atividades físicas (musculação e exercícios de impacto) e a ingestão adequada de cálcio e de vitamina D com o objetivo de conseguir uma boa reserva dessa massa, já que, no decorrer da vida, essa perda acontece naturalmente. Além das fraturas, a dor crônica e a diminuição da capacidade funcional são outras consequências importantes da doença”, reforça.

Queda de idosos

A geriatra aponta que a osteoporose é uma das principais causas de fratura entre os idosos, uma vez que os ossos frágeis são mais propensos a quebrar com traumas de baixa energia, como uma queda da própria altura. “Quando um idoso perde a mobilidade após uma fratura, ele também perde autonomia, o que afeta não só a sua saúde física, mas também sua saúde mental, levando muitas vezes a quadros de depressão, ansiedade e isolamento social”.

Cuidados

“Além das intervenções médicas, é importante adaptar o ambiente do idoso para reduzir o risco de quedas. Isso inclui a remoção de tapetes soltos, a instalação de barras de apoio em banheiros, boa iluminação e o uso de calçados adequados. A avaliação regular por um médico geriatra ou endocrinologista é crucial para monitorar a saúde óssea e ajustar os tratamentos conforme necessário”, explica Simone de Paula Pessoa Lima, médica geriatra da Saúde no Lar.


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Jornalista formada pelo Uni-BH, em 2010. Começou no Departamento de Esportes. No Jornalismo passou pela produção, reportagem e hoje faz a coordenação de jornalismo da rádio Itatiaia.