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Conheça as vantagens de consumir castanha de baru e outras castanhas do Brasil

As castanhas são alimentos cheios de nutrientes e substâncias que auxiliam na proteção das artérias

As castanhas de baru nascem do baruzeiro, uma árvore nativa do Cerrado brasileiro que possui cerca de 20 metros de altura. As castanhas tem sais minerais, como o zinco e o ferro, que ajudam contra a anemia, e o potássio que ajuda no controle da pressão arterial e a combater cãibras dolorosas. Essas castanhas também oferecem proteína, muito importante para os músculos.

Outro fator relevante é a presença de gorduras monoinsaturadas, que também são encontradas no azeite, consideradas importantes pelos seus benefícios cardioprotetores, incluindo o controle dos níveis de colesterol no sangue.

“A casquinha marrom que envolve a castanha é rica em compostos fenólicos”, comenta a nutricionista Gracieli de Miranda Monteiro, do Instituto Federal do Norte de Minas Gerais (IFNMG). Essas substâncias têm forte ação antioxidante e ajudam a neutralizar os radicais livres, moléculas por trás de danos às artérias, entre outros distúrbios.

Em uma parceria com a Universidade Federal de Goiás (UFG) e com pesquisadores da Universidade Federal de Lavras (UFLA), Gracieli Monteiro tem investigado o baruzeiro. “A castanha representa somente 5% da massa total do fruto e resolvemos analisar sua polpa, que tem sido descartada”, comenta.

Entre os resultados da pesquisa, publicada em fevereiro no periódico científico Food Research International, é importante mencionar a grande quantidade de fibras, de vitamina C, de minerais como o cálcio, o ferro, o magnésio e o cobre, e a alta concentração de compostos fenólicos, sobretudo de trigonelina. “Essa substância aparece em estudos pela atuação a favor da saúde do cérebro”, diz a pesquisadora do IFNMG.

Um dos objetivos é estimular a utilização completa do alimento, evitar desperdícios e diminuir a quantidade de resíduos, reduzindo impactos ambientais. “A polpa pode ser transformada em farinha e enriquecer pães, biscoitos, entre outras preparações”, defende a especialista.

A nutricionista esportiva do Espaço Einstein de Reabilitação e Esporte do Hospital Israelita Albert Einstein, Gabriela Mieko Yoshimura, conta que promover o aproveitamento total do baru colabora para a sustentabilidade da cadeia produtiva. “Além de incentivar a conservação da flora nativa, gera oportunidades econômicas para as comunidades locais”, afirma.

É também uma estratégia para valorizar ingredientes brasileiros. Enquanto são investigadas maneiras de aproveitar o fruto, que raramente é consumido in natura ( quando alimentos são consumidos em seu estado natural, sem processamento industrial) por não ser tão agradável ao paladar, a sugestão é experimentar a castanha, disponível em supermercados.

Com sabor suave, e que se parece um pouco com o do amendoim, tem sido bastante utilizada por chefs internacionais, mas há anos aparece nas cozinhas brasileiras, principalmente as goianas e mineiras, em receitas de doces, como o pé-de-moleque.

“Crua ou torrada, a castanha do baru pode ser apreciada como opção de lanche”, sugere a nutricionista do Einstein. Porém, é necessário se atentar para a quantidade, pois é um alimento calórico, o excesso pode contribuir para o ganho de peso. Não dá para estabelecer uma quantia exata, tudo vai depender do perfil. “A recomendação deve ser individualizada”, orienta Mieko.

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É interessante consumi-la triturada e salpicada em frutas, iogurtes, saladas e farofas, por exemplo. “Além de enriquecer com seus nutrientes, acrescenta crocância”, elogia a nutricionista. Outra opção é preparar o molho pesto, que leva ainda azeite de oliva e manjericão.

Para fugir da monotonia alimentar, outras oleaginosas nativas podem ser inclusidas na alimentação. Confira três tipos populares:

Amendoim

O amendoim é classificado como leguminosa. Isso porque, assim como os feijões, ele cresce em uma vagem. A semente é natural da América do Sul, da área que corresponde à Bolívia, e foi domesticada no Brasil.

Além de gorduras benéficas e proteínas, oferece a vitamina E, potente antioxidante que preza pela funcionalidade dos vasos sanguíneos.

Outro destaque são os fitoesterois, substâncias que interferem na absorção do colesterol, ajudando a equilibrar os níveis em circulação.

O alimento é sucesso como petisco e entra em diversas receitas. Pode compor um mix, junto de outras oleaginosas, ótimo para os lanches intermediários entre as refeições, desde que sem exageros.

Nos últimos anos, a pasta de amendoim ganhou popularidade. Nesse caso, a dica é optar pela versão pura, sem adição de outros ingredientes. “O ideal seria consumi-la em quantidades moderadas, como parte de um lanche, junto de fontes de proteínas e de fibras”, ensina a nutricionista do Einstein.

Castanha-de-caju

Assim como as outras, a castanha-de-caju oferta um mix de gorduras mono e poli-insaturadas, além de minerais como o magnésio, associado ao bom humor. Serve também como matéria-prima de bebidas vegetais. A recomendação para esse tipo de produto é avaliar criteriosamente o rótulo.

“Pode ser inserida no cardápio crua ou torrada, como snack ou adicionada às preparações”, sugere Gabriela Mieko. De saladas a sobremesas, combina com os mais variados pratos.

Castanha-do-pará

Também conhecida como castanha-do-brasil, é imbatível na quantidade de selênio, mineral de ação antioxidante e anti-inflamatória, apontado como um dos guardiões de estruturas cerebrais, ajudando a afastar problemas como o Alzheimer.

Mas grandes quantidades podem ser tóxicas ao organismo. “Para não ultrapassar limites seguros de ingestão de selênio, a recomendação é consumir de 2 a 3 unidades [de castanha-do-pará] por dia”, indica a nutricionista.

Ela também oferece vitaminas e fibras, as parceiras da saúde intestinal. Fica ótima moída e adicionada em saladas de frutas ou folhas e nas mais variadas receitas.

*Sob supervisão de Lucas Borges

Com informações da Agência Einstein

Izabella Gomes é estagiária na Itatiaia, atuando no setor de Jornalismo Digital, com foco na editoria de Cidades. Atualmente, é graduanda em Jornalismo pela PUC Minas
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