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Pneumonia bilateral: entenda condição que afeta o Papa e requer novo tratamento

Nova condição afeta os dois pulmões e é considerada mais grave devido a idade do papa e as condições anteriores, como bronquite na última semana

O Papa Francisco teve um novo diagnóstico na tarde desta terça-feira (18), trata-se de uma pneumonia bilateral. ‘Quadro segue complexo’, informou o Vaticano.

O termo bilateral - ou pneumonia dupla - se dá pois ela afeta os dois pulmões, sendo mais grave e complexa que a pneumonia comum.

‘A pneumonia bilateral é uma infecção que afeta ambos os pulmões, causando inflamação nos alvéolos, que podem se encher de líquido ou pus, comprometendo a troca gasosa e a oxigenação do organismo. Essa condição pode ser causada por vírus, bactérias ou fungos e tende a ser mais grave em idosos e pessoas com comorbidades ou sistema imunológico enfraquecido’, explica a médica pneumologista e paliativista da Saúde no Lar, Michele Andreata.

Como é o tratamento?

Segundo a médica, o tratamento depende do agente causador - vírus ou bactéria - e da gravidade do quadro.

Em infecções bacterianas, utilizam-se antibióticos de amplo espectro ajustados conforme os resultados microbiológicos. Casos mais graves - como pode ser o do papa - podem exigir suporte ventilatório, desde oxigenoterapia até ventilação mecânica invasiva. ‘O controle da inflamação e a estabilização das funções vitais são essenciais, assim como a hidratação e o suporte nutricional’, explica a pneumologista.

A pneumonia bilateral pode ser mais grave, especialmente em idosos como o Papa Francisco, de 88 anos, devido ao menor mecanismo de defesa pulmonar e à maior propensão a insuficiência respiratória.

Segundo a médica, o uso recente de corticoides pode ter contribuído para o risco de infecções oportunistas, tornando o manejo mais complexo.

‘Embora a cortisona possa reduzir a inflamação e melhorar sintomas em algumas situações, seu efeito imunossupressor pode facilitar a ocorrência de superinfecções bacterianas e fúngicas. Por isso, seu uso deve ser criterioso e associado a uma terapia antimicrobiana adequada’, pontua a médica sobre o uso de corticoides.

‘A resposta ao tratamento nas primeiras 72 horas será determinante para a evolução do quadro clínico’, afirma Michele.

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Condições anteriores

Francisco está internado há 5 dias e deu entrada em um hospital de Roma na última sexta-feira (14) devido a uma bronquite. Na segunda (17), o Vaticano informou que o papa estava com infecção polimicrobiana.

Segundo a pneumologista Michele as infecções respiratórias anteriores podem ter contribuído para um estado de maior vulnerabilidade, especialmente considerando sua idade avançada.

‘No entanto, não se pode afirmar que essas doenças anteriores não foram tratadas adequadamente. Pacientes idosos frequentemente apresentam resposta inflamatória e imunológica alterada, tornando infecções recorrentes mais comuns, independentemente do manejo clínico adequado’, explica.


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Formada em jornalismo pelo Centro Universitário de Belo Horizonte (UniBH), Giullia Gurgel é repórter multimídia da Itatiaia. Atualmente escreve para as editorias de cidades, agro e saúde
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