Uma estimativa de um estudo publicado na revista The Lancet aponta que até 2050 mais de
Pensando em inibir o crescimento dessas
“Descobrimos um calcanhar de Aquiles de bactérias resistentes a antibióticos. Podemos aproveitar esse custo para suprimir o estabelecimento de resistência a antibióticos sem medicamentos ou produtos químicos prejudiciais”, disse Gürol Süel, pesquisador e membro do Departamento de Biologia Molecular da UC San Diego.
Tendo em vista a variante de ribossoma dentro do Bacillus subtilis, chamada de ‘L22', os pesquisadores acabaram descobrindo que a competição por magnésio dificulta o crescimento do L22 em um nível maior do que um ribossoma ‘tipo selvagem’ normal, que não é resistente a antibióticos. Com isso, a competição cobra um preço fisiológico ligado a bactérias mutantes com resistência.
“Embora muitas vezes pensemos na resistência aos antibióticos como um grande benefício para a sobrevivência das bactérias, descobrimos que a capacidade de lidar com a limitação de magnésio em seu ambiente é mais importante para a proliferação bacteriana”, explicou Süel.
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Essa fragilidade nas bactérias pode ajudar a neutralizar a resistência a antibióticos sem o uso de medicamentos ou produtos químicos tóxicos. “Por exemplo, pode ser possível quelar íons de magnésio de ambientes bacterianos, o que deve inibir seletivamente cepas resistentes sem impactar as bactérias selvagens que podem ser benéficas para nossa saúde”, dizia um comunicado da faculdade.
Em outubro, o grupo de pesquisadores anunciou uma abordagem separada para combater a crise de saúde das bactérias resistentes a antibióticos. O desenvolvimento de um dispositivo bioeletrônico que explora a atividade elétrica natural de certas bactérias encontradas na pele pode abrir caminho para outra abordagem sem medicamentos para controlar infecções. O avanço provou reduzir os efeitos nocivos do Staphylococcus epidermidis, uma bactéria comumente conhecida por causar infecções em hospitais e contribuir para resistência a antibióticos.
“Estamos ficando sem antibióticos eficazes e seu uso desenfreado ao longo das décadas resultou na disseminação de antibióticos por todo o globo, do Ártico aos oceanos e nossas águas subterrâneas. Alternativas sem medicamentos para tratar infecções bacterianas são necessárias e nossos dois estudos mais recentes mostram como podemos realmente atingir o controle sem medicamentos sobre bactérias resistentes a antibióticos”, disse o pesquisador.
Além de Süel, participaram do estudo: Eun Chae Moon, Tushar Modi, Dong-yeon Lee, Danis Yangaliev, Jordi Garcia-Ojalvo e S. Banu Ozkan.