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HIV: especialista explica que aumento no número de diagnósticos da doença contribui para evitar transmissão

Em 2023, o Brasil registrou 38 mil casos de HIV

Governo do RJ refaz testes de HIV em 45 transplantados após erros em exames | CNN Brasil

O Ministério da Saúde divulgou nesta semana que em 2023, o Brasil registrou 38 mil casos de HIV. Isso representa um aumento de 4,5% no número de casos da doença em comparação ao ano de 2022.

Porém, no mesmo período, a taxa de mortalidade caiu para a menor dos últimos dez anos. Para a infectologista do Hermes Pardini, Melissa Valentini, o diagnóstico precoce tem contribuído para esse resultado.

“Durante a pandemia, a gente teve menos diagnósticos pela dificuldade de acesso mesmo das pessoas aos serviços de saúde. E em 2023, a gente já teve um aumento do número de detecção. Agora, a gente detectar HIV em maior número, não é uma coisa ruim. Significa que a gente está conseguindo chegar a todos os pacientes que têm HIV e diagnosticar esses pacientes, porque isso é muito importante. O diagnóstico precoce do HIV, ele possibilita que a gente comece a terapia antirretroviral mais cedo e essas pessoas não precisam adoecer, não adoecer do HIV, ter imunossupressão. Isso é muito interessante, porque dessa forma, essas pessoas não vão ter queda da imunidade e as doenças oportunistas, né? E não vão transmitir o HIV. Então, quanto mais pessoas se tratarem e estiverem com carga viral indetectável, menor vai ser a mortalidade. E a gente também vai ter impacto nas novas infecções, porque vai diminuir a transmissão do HIV”, explica.

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A infectologista acredita que o aumento de casos diagnosticados da doença se deve a conscientização da população em procurar atendimento médico e o teste disponível gratuitamente no Sistema Único de Saúde (SUS). “Hoje nós temos como estratégia para o controle do HIV o uso de medicação com prevenção, que é a PREP, que é a profilaxia pré-exposição, e a PEP, que é a profilaxia pós-exposição. Como a gente teve uma ampliação da PREP, que é a pré-exposição, e é uma condição que essa pessoa tem um HIV negativo, para iniciar essa profilaxia, isso pode ter ajudado para o aumento da detecção. Então, ao invés dessas pessoas fazerem a PREP, elas já vão fazer o tratamento. Dentro do contexto da epidemia de HIV, com o tanto de avanço que nós temos, nós temos que diagnosticar o máximo possível de pessoas. Isso vai impactar tanto na vida daquela pessoa, quanto na epidemia, para diminuir o número de novas infecções. Carga viral indetectável, ou seja, a pessoa que toma remédio antirretroviral e usa corretamente essa medicação, e tem a carga viral indetectável suprimida pela medicação, ela não transmite HIV. E não transmitindo HIV, nós, a longo prazo, vamos diminuir o número”, conclui a infectologista do Hermes Pardini, Melissa Valentini.


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Jornalista formada pelo Uni-BH, em 2010. Começou no Departamento de Esportes. No Jornalismo passou pela produção, reportagem e hoje faz a coordenação de jornalismo da rádio Itatiaia.