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No Dia Mundial do AVC, saiba quais são os fatores de risco e como prevenir a doença

De acordo o Portal da Transparência do Centro de Registro Civil do Brasil, até agosto, morreram 50.133 brasileiros por AVC

Dia 29 de outubro é o Dia Mundial do Acidente Vascular Cerebral (AVC), conhecido popularmente como derrame. A data é lembrada com o objetivo de alertar a população para a importância de prevenir a doença. Para a Organização Mundial da Saúde (OMS), o AVC é a segunda maior causa de morte no mundo, ficando atrás apenas do infarto.

De acordo o Portal da Transparência do Centro de Registro Civil do Brasil, com base nos dados dos atestados de óbitos, neste ano de 2024 até o mês de agosto, morreram 50.133 brasileiros por AVC. E o número de mortes pela doença no mundo poderá aumentar 50% e chegar a quase 10 milhões até 2050, alerta um estudo feito pela Organização Mundial do AVC.

De acordo com o médico cardiologista, professor da Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais, Alan Max (ouça a entrevista completa no fim da matéria), existem dois tipos principais de AVC. O AVC hemorrágico, que é um sangramento na cabeça, e o AVC isquêmico, que é quando falta sangue em alguma determinada região do cérebro, por causa de uma artéria obstruída, por exemplo. “O AVC hemorrágico normalmente é mais grave do que o AVC isquêmico, mas o AVC hemorrágico é menos comum. O AVC isquêmico é muito mais comum do que o AVC hemorrágico”.

Pressão alta

O cardiologista alerta para os perigos da pressão alta, maior causa de morte no mundo, mas que pode ser evitada. “A hipertensão é o principal fator de risco tanto para AVC quanto também para o infarto. A pressão alta pode aumentar a pressão nos vasos na cabeça e isso favorecer a formação de aneurisma, por exemplo, que são dilatações nas artérias que podem romper e causar sangramento. A própria hipertensão em si, mesmo sem o aneurisma, pode causar sangramento também, então causando AVC hemorrágico, que é o tipo mais grave. A hipertensão também vai alterando, assim como outros fatores de risco, a parede dos vasos formando placas de gordura que podem tanto se soltar de artérias grandes, causando AVC, como pode obstruir diretamente, causando AVC. A hipertensão aumenta a chance de uma doença grave também, que é mais comum em idoso, que é a fibrilação atrial, que é um tipo de arritmia e que é uma das principais causas de AVC isquêmico no mundo. Além da pressão alta, o tabagismo, o diabetes, o colesterol alto, o sedentarismo, a obesidade, todos são fatores de risco para o AVC”, detalha o médico.

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Sintomas

O especialista chama atenção para a importância de perceber os sintomas no início e procurar um atendimento de emergência o mais rápido possível para iniciar o tratamento. “Se, de uma hora para a outra você não consegue mexer o braço, você não consegue mexer a perna, você pode ter um desvio, que a gente chama desvio de comissura labial, a boca entortar, todos esses podem ser sintomas de AVC, assim como também dor de cabeça. Às vezes você não vai ter um sintoma tão clássico, às vezes o paciente pode ter uma tontura, uma vertigem, uma dor de cabeça muito forte, sem alterar em si a questão do movimento e mesmo assim ser AVC. Então, se o paciente sentir qualquer coisa assim, ele tem que procurar um médico, procurar um pronto atendimento para ser atendido. Até porque, no caso do AVC isquêmico, por exemplo, a gente tem uma janela de tempo que a gente pode tratar mais agressivamente, que é usar um trombolítico, em torno de três horas. Se passar desse prazo, esse medicamento não causar benefício. Então, normalmente, quando tem um sintoma desse, vai rápido para o hospital, porque se realmente for um AVC, o tratamento rápido desse AVC pode evitar sequelas e complicações”, alerta.

Sequelas

O médico explica as principais sequelas que o paciente que sofre o derrame poder ter. “Então, o paciente, às vezes, quando tem um AVC grave, pode ficar em coma. Então, aquele paciente que fica, entre aspas, ali, vegetando, né, às vezes está até vivo, mas não está sem contato nenhum. Pode ter alterações motoras, como eu disse, então, por exemplo, é muito comum a gente ter uma hemiparesia. O AVC Pegou um lado do cérebro, então você tem uma hemiparesia, quando um lado do corpo fica parado. Então, o paciente não consegue mais mexer nem com o braço direito, por exemplo, nem com a perna direita ou do outro lado, tanto faz. Uma outra sequela muito comum também é na área da fala. Então, se o AVC atingir a área de broca, que a gente chama, que é a área da fala do cérebro, o paciente pode ter uma dificuldade grande de falar. Tem muitos casos que ele tem uma sequela grave no início e, com fisioterapia, ele vai melhorando daquela sequela e, em alguns casos, melhora totalmente. Em outros, ele vai ter uma melhora progressiva, não vai voltar ao normal, mas tem uma melhora progressiva. Então, é importante também no pós-AVC ter um cuidado multidisciplinar”, conclui Alan Max, médico cardiologista, professor da Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais.

Prevenção

• Identificar, tratar e controlar a pressão alta

• Parar de fumar

• Controlar o diabetes

• Controlar o colesterol alto

• Controlar o peso, evitando a obesidade

• Praticar atividade física regularmente

CLIQUE E OUÇA O BATE-PAPO COMPLETO COM O MÉDICO ALAN MAX SOBRE AVC


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Jornalista formada pelo Uni-BH, em 2010. Começou no Departamento de Esportes. No Jornalismo passou pela produção, reportagem e hoje faz a coordenação de jornalismo da rádio Itatiaia.
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