Uma pesquisa realizada pelo Instituto Evandro Chagas (IEC), associado ao Ministério da Saúde (MS), descobriu que a febre oropouche pode ser passada da mãe para o bebê durante a gestação. Os órgãos divulgaram uma nota técnica recomendando que os profissionais e os Estados fiquem atentos sobre a possibilidade desse tipo de transmissão, conhecida também como vertical.
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Conforme o estudo, foi identificado a presença de anticorpos contra o vírus em quatro bebês nascidos com microcefalia e o material genético do vírus em um feto natimorto. Apesar dos casos serem indicativos da transmissão de mãe para filho durante a gravidez, o IEC afirma que ainda não há evidências suficientes para cravar que a infecção das gestantes irá ocasionar malformações nas crianças.
Os estudos com recém-nascidos foram conduzidos no mês passado, quando a instituição realizou a análise de amostras de soro e líquor (tipo de fluido que protege o cérebro e a medula espinhal), coletadas para investigação de arboviroses que podem afetar o sistema nervoso, mas com resultado negativo para outras infecções, como zika e chikingunya.
Além de descartadas as possibilidades dessas doenças, não foram identificadas nas mães a presença de outras eventuais causas de microcefalia, como infecções por toxoplasmose ou sífilis.
Assim, eles detectaram a presença de anticorpos da classe IgM contra o vírus da oropouche em quatro dos bebês com microcefalia três deles com um dia de vida e um com 27 dias.
Já este mês, investigações laboratoriais em um caso de morte fetal, com 30 semanas de gestação, identificaram material genético do vírus OROV no sangue de cordão umbilical, placenta e diversos órgãos fetais, incluindo tecido cerebral, fígado, rins, pulmões, coração e baço do feto.
“Essa é uma evidência da ocorrência de transmissão vertical do vírus. Análises laboratoriais e de dados epidemiológicos e clínicos estão sendo realizadas para a conclusão e classificação final deste caso”, informou a pasta na nota.
O que é a febre oropouche?
Segundo o Ministério da Saúde, a febre oropouche é uma doença causada por um arbovírus transmitida, principalmente, por picadas de mosquitos, entre eles o Culicoides paranensis, conhecido, como Maruim.
Quais são os sintomas da febre do oropouche?
- Dor de cabeça
- Dor muscular
- Dor nas articulações
- Náusea
- Diarreia
Por serem parecidos com os da dengue e da chikungunya, os profissionais de saúde devem saber diferenciar as doenças a partir da avaliação clinica, epidemiológica e laboratorial.
Como é feito diagnostico da febre oropouche?
Segundo o Ministério da Saúde, o diagnóstico da febre oropouche é clínico, epidemiológico e laboratorial. O órgão também alerta que todos os diagnósticos da doença devem ser obrigatoriamente notificados.
Como prevenir?
Para prevenção o órgão recomenda:
- Evitar áreas onde há muitos mosquitos, se possível.
- Usar roupas que cubram a maior parte do corpo e aplique repelente nas áreas expostas da pele.
- Manter a casa limpa, removendo possíveis criadouros de mosquitos, como água parada e folhas acumuladas.
- Se houver casos confirmados na sua região, siga as orientações das autoridades de saúde local para reduzir o risco de transmissão, como medidas específicas de controle de mosquitos.
Qual o tratamento?
Conforme o órgão, não há um tratamento específico. “Os pacientes devem permanecer em repouso, com tratamento sintomático e acompanhamento médico”, informa.
*Com informações da CNN Brasil