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Câncer de próstata: estudo indica eficácia de medicamento na população brasileira

O Instituto Nacional de Câncer (Inca) estima cerca de 72 mil novos casos por ano, de 2023 a 2025, no país

O câncer de próstata é o segundo mais frequente em homens, no Brasil, ficando atrás somente do câncer de pele não melanoma. O Instituto Nacional de Câncer (Inca) estima cerca de 72 mil novos casos por ano, de 2023 a 2025, no país.

Um estudo da Oncoclínicas, liderado pelo oncologista Paulo Lages, mostrou a eficácia do uso do medicamento Acetato de Leuprorrelina, já conhecido, para pacientes brasileiros com câncer de próstata. A pesquisa foi divulgada no Encontro Anual da Sociedade Americana de Oncologia Clínica (ASCO). “Um dos grandes diferenciais deste estudo é a testagem da eficácia dessa medicação em uma população miscigenada, como a brasileira. Já havia dados robustos dos benefícios da Leuprorrelina, porém nenhuma pesquisa tinha sido conduzida em uma população tão heterogênea como a nossa. Agora, temos a confirmação de que essa droga funciona para os pacientes brasileiros, o que traz uma tranquilidade adicional ao médico no momento do uso desse medicamento”, afirma o médico.

Segundo o especialista, foram analisados retrospectivamente os dados de 1.744 exames de 240 pacientes acompanhados por médicos da Oncoclínicas Brasília, entre os anos de 2019 e 2023. “Essa terapia é a base do tratamento sistêmico do câncer de próstata, pois suprime a produção de testosterona, hormônio que pode estimular o crescimento desse tumor. Na análise, 98,7% dos testes mostraram níveis de testosterona abaixo de 50 ng/mL, e 84,7% apontaram níveis abaixo de 20 ng/mL, indicando uma supressão eficaz da testosterona”, explica o oncologista.

Para Paulo Lages, o resultado reforça a eficácia e a segurança do tratamento para pacientes brasileiros, levando em consideração a mistura de raças da população. “Apesar de ser uma conclusão esperada, no sentido de ter se mostrado uma droga bastante eficaz, é importante lembrar que, dentro da oncologia, já aconteceu mais de uma vez de uma medicação funcionar bem em uma população e não tão bem para outra. Portanto, diante de um país altamente miscigenado como o Brasil, o estudo de vida real reiterou a eficácia da droga”, comenta o oncologista da Oncoclínicas.

Câncer de Pênis

Outro estudo divulgado na ASCO mostrou a eficácia do tratamento de quimioterapia e imunoterapia, quando usadas de forma combinada, ao barrar o desenvolvimento do tumor no órgão. Cerca de 75% dos pacientes estudados apresentaram redução do câncer. “Essa é uma pesquisa que foi desenvolvida combinando quimioterapia com imunoterapia. Vale lembrar que por aqui, o câncer de pênis representa 2% de todos os tipos que atingem os homens, uma alta incidência se comparado a outros países do mundo e que está relacionada a fatores como infecção pelo vírus HPV e má higiene”, explica Denis Jardim, líder nacional de especialidade tumores urológicos da Oncoclínicas.

De acordo com o Ministério da Saúde e a Sociedade Brasileira de Urologia, em 2023 o Brasil registrou 651 amputações de pênis e 454 mortes por causa da doença.

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Jornalista formada pelo Uni-BH, em 2010. Começou no Departamento de Esportes. No Jornalismo passou pela produção, reportagem e hoje faz a coordenação de jornalismo da rádio Itatiaia.
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