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Vacina contra HPV: estudo mostra que imunizante é eficaz na prevenção de vários tipos de câncer

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o câncer de colo de útero é o quarto tipo da doença mais frequente em mulheres no mundo

De acordo com a Secretária de Estado de Saúde de Minas Gerais, apenas 35,67% dos meninos com idades entre 9 e 14 anos receberam as duas doses da vacina de 2017 até 2022

Um estudo apresentado no encontro anual da Sociedade Americana de Oncologia Clínica (Asco), que aconteceu, nesta semana, em Chicargo, nos Estados Unidos, mostra que a vacina contra o papilomavírus humano (HPV) é eficaz também na prevenção de outros tipos de câncer causados pelo vírus. Segundo o autor do estudo, Jefferson DeKlow, a pesquisa soma um conjunto de evidências que demonstram a redução das taxas de câncer relacionadas ao HPV entre pessoas que receberam o imunizante.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o câncer de colo de útero é o quarto tipo da doença mais frequente em mulheres no mundo. No Brasil, mais de 6 mil mulheres morrem todos os anos em decorrência deste tipo de câncer. O Ministério da Saúde estima que 17 mil mulheres recebam todos os anos diagnóstico de câncer de colo de útero. Uma das principais causas é o HPV, mas novos dados apontam que, principalmente nos homens, a vacina age na prevenção do câncer de cabeça e pescoço. Além disso, pode evitar casos de câncer anal, pênis, vagina e vulva.

“No Brasil, a vacina tetravalente contra o HPV, que está disponível gratuitamente para meninas e meninos de 9-14 anos, e para adultos imunossuprimidos até 45 anos, protege contra os tipos 6, 11, 16 e 18 do vírus, os principais causadores do câncer do colo do útero. É preocupante para todos ver esse tipo de tumor avançando quando sabemos que ele é altamente prevenível”, destaca Marcela Bonalumi, oncologista do Grupo Oncoclínicas.

A pesquisa apresentada na Asco ainda está em andamento, mas os trabalhos ainda vão contar com a participação de pessoas com mais de 39 anos, que receberam a vacina contra o HPV. O objetivo é observar os resultados baseados na faixa etária no momento da vacinação e o tempo em que o paciente recebeu a vacina até o desenvolvimento do câncer. Outro ponto a ser analisado no estudo é identificar quais grupos possuem menor probabilidade de receberem o imunizante contra o vírus.

De acordo com a Secretária de Estado de Saúde de Minas Gerais, apenas 35,67% dos meninos com idades entre 9 e 14 anos receberam as duas doses da vacina de 2017 até 2022. A cobertura vacinal das duas doses em meninas atingiu 69,5% no mesmo período. “A imunização pode prevenir também o câncer de vulva, ânus e vagina nas mulheres e de pênis nos homens. Por isso, o ideal é que esse cuidado ocorra antes do início da vida sexual”, complementa a oncologista da Oncoclínicas, Marcela Bonalumi.

Podem se vacinar contra o HPV de forma gratuita, pelo Sistema Único de Saúde (SUS), meninas e meninos com idades entre 9 e 14 anos e pessoas de 9 a 45 anos de idade que vivem com HIV Aids, transplantados, pacientes oncológicos e pessoas vítimas de violência sexual.

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Jornalista formada pelo Uni-BH, em 2010. Começou no Departamento de Esportes. No Jornalismo passou pela produção, reportagem e hoje faz a coordenação de jornalismo da rádio Itatiaia.