Estudo divulgado em evento anual da Sociedade Americana de Oncologia Clínica (ASCO) que acontece nesta semana, em Chicago, nos Estados Unidos, mostra grande avanço no tratamento do câncer de pulmão com o uso de um medicamento, o osimertinib. A medicação atua no chamado receptor do fator de crescimento epidérmico (EGFR), para casos de câncer de pulmão estadio 3.
O trabalho intitulado LAURA mostra avanços no tratamento de tumores pulmonares de células não pequenas, o mais comum entre a população e o que mais mata no mundo.
De acordo com William Nassib William Jr, líder nacional da especialidade tumores torácicos da Oncoclínicas, esses pacientes faziam habitualmente quimioterapia e radioterapia, mas agora tem um estudo mostrando que para pacientes com mutação no gene EGFR, a terapia-alvo também melhora a eficácia do tratamento. A sobrevida dos pacientes pode aumentar em quase sete vezes com a nova forma de combater a doença.
“Os dados apresentados indicam uma descoberta revolucionária. O estudo revelou que o uso do inibidor da tirosina quinase EGFR, osimertinib, melhora significativamente a sobrevida livre de progressão em pacientes com câncer de pulmão de não pequenas células (NSCLC) estágio III, irressecável, após quimiorradioterapia. Os resultados indicam que a medicação oferece uma taxa de sobrevida de 39,1 meses, em comparação com apenas 5,6 meses com placebo. Esses resultados oferecem esperança renovada para pacientes com mutações EGFR e consolidam o osimertinib como uma nova referência em terapias direcionadas”, explica o oncologista.
Os resultados se destacam e representam um avanço de grande impacto no tratamento do câncer de pulmão de pequenas células avançado, doença que atinge cerca de 30% dos dois milhões de novos casos de câncer de pulmão diagnosticados anualmente no mundo. “Com aproximadamente 60% a 90% desses pacientes apresentando doença irressecável, a introdução do osimertinib pode melhorar as perspectivas de uma grande parcela de pacientes”, destaca William Nassib William Jr, líder nacional da especialidade tumores torácicos da Oncoclínicas.
Em relação ao câncer de pulmão de pequenas células, também tem novidade, segundo o especialista da Oncoclínicas. “Uma avaliação relevante aborda uma imunoterapia que é dada para pacientes com câncer de pulmão de pequenas células, com doença limitada. Neste caso, já usávamos imunoterapia para doença extensa e agora teremos dados apresentados de que em casos potencialmente curáveis a imunoterapia pode ser uma opção viável”.
Diagnóstico precoce
Outro estudo apresentado no encontro prevê mudança na indicação da tomografia, exame realizado para diagnóstico da doença, segundo William Nassib William Jr, líder nacional da especialidade tumores torácicos da Oncoclínicas.
“Tradicionalmente, este exame é feito baseado no histórico de tabagismo dos pacientes, mas uma pesquisa feita em Taiwan sugere a possibilidade de avaliarmos um novo protocolo de indicação, baseado na história familiar, independentemente do tabagismo, ou seja, a recomendação de tomografia de screening para pacientes que têm parentes próximos com câncer de pulmão”, conclui.