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Dr. Rodrigo Musashi Greco fala sobre os riscos e benefícios das canetas emagrecedoras

Médico detalha como funcionam os medicamentos injetáveis, os riscos da automedicação e o futuro do tratamento da obesidade.

Dr. Rodrigo Greco fala sobre os riscos e benefícios das canetas emagrecedoras

O que são as canetas emagrecedoras

As chamadas canetas emagrecedoras são medicamentos injetáveis aplicados por dispositivos semelhantes a uma caneta, que liberam doses controladas de substâncias voltadas ao tratamento da obesidade. Elas atuam em receptores específicos do intestino e do cérebro, modulando saciedade e apetite. Na prática, reduzem a fome e prolongam a sensação de plenitude após as refeições. Para o Dr. Rodrigo Greco, “não se trata de uma solução mágica, mas de uma ferramenta médica poderosa, que deve ser usada com acompanhamento profissional, dieta equilibrada e atividade física regular”.

Quais são as principais substâncias utilizadas

Hoje, as principais canetas emagrecedoras atuam através dos análogos do GLP-1 e dos agonistas duplos ou triplos. Entre os exemplos estão liraglutida e semaglutida, que reduzem apetite e retardam o esvaziamento gástrico, além da tirzepatida, que age tanto no GLP-1 quanto no GIP. Há ainda a retatrutida, em estudo, que atua em três receptores, oferecendo resultados promissores. Todas têm como papel principal auxiliar no controle da fome, da resposta metabólica e do peso, sempre voltadas ao tratamento da obesidade, não apenas para fins estéticos.

Dr. Rodrigo Greco fala sobre os riscos e benefícios das canetas emagrecedoras

Quem pode usar esse tipo de tratamento

O perfil ideal são pacientes com obesidade diagnosticada, ou seja, índice de massa corporal (IMC) acima de 30, ou aqueles com IMC a partir de 27 com doenças associadas como diabetes tipo 2, hipertensão ou apneia do sono. Por outro lado, não devem ser prescritas em casos de gravidez, amamentação, histórico de pancreatite, câncer de tireoide medular ou em pessoas com transtornos alimentares ativos. A indicação estética isolada também não é recomendada.

Quais são os riscos da automedicação

O médico alerta que há riscos sérios na automedicação. Essas canetas exigem prescrição e acompanhamento justamente por não serem isentas de efeitos adversos. Entre os principais estão náuseas, vômitos, constipação, diarreia, refluxo e dor abdominal. Em pacientes suscetíveis, há risco de pancreatite, cálculos biliares e alterações renais. Quando utilizadas sem supervisão, os prejuízos podem superar os benefícios, além do risco de produtos falsificados ou comprados irregularmente.

O uso das canetas deve estar associado a hábitos saudáveis

As canetas emagrecedoras não funcionam isoladamente. Elas são uma ferramenta eficaz, mas devem estar sempre associadas a uma rotina de alimentação equilibrada, exercícios físicos e acompanhamento médico. O medicamento controla a fome e melhora a resposta metabólica, mas quem consolida os resultados é o paciente, com disciplina e consistência. Sem mudanças de hábitos, os resultados são limitados e o risco de reganho de peso aumenta.

Existem diferenças entre os tipos de canetas

Sim, existem diferenças importantes. Algumas atuam apenas em um receptor hormonal, enquanto outras combinam dois ou até três. Isso gera efeitos distintos sobre saciedade, controle glicêmico e preservação da massa muscular. Para o paciente pode parecer confuso, mas essa escolha deve ser feita pelo médico, considerando perfil clínico, histórico, resposta ao tratamento e custo. Não existe uma melhor caneta para todos, e sim a adequada para cada caso.

Por quanto tempo o tratamento deve ser feito

O tempo de uso varia de meses a anos, já que a obesidade é uma doença crônica. Alguns pacientes conseguem reduzir a dose ou suspender após mudanças consistentes no estilo de vida, mas outros podem precisar de tratamento prolongado. Quando o medicamento é interrompido sem novos hábitos consolidados, ocorre frequentemente o reganho de peso. Por isso, o acompanhamento contínuo é essencial.

Quais são os riscos do uso inadequado

O uso sem indicação correta pode levar ao efeito sanfona, com perda rápida de peso seguida de reganho. Esse ciclo é prejudicial ao metabolismo, favorece resistência insulínica, perda de massa magra e frustração psicológica. Além disso, pode aumentar riscos gastrointestinais e deficiências nutricionais. O Dr. Rodrigo Greco reforça que a caneta é uma ferramenta segura quando bem indicada, mas perigosa se usada de forma aleatória.

Qual a importância do acompanhamento médico

O acompanhamento médico é fundamental em todas as fases. Antes da prescrição, exames clínicos e laboratoriais avaliam condições como glicemia, função renal, função hepática e perfil lipídico. Durante o tratamento, o acompanhamento garante ajustes de dose, manejo de efeitos colaterais e monitoramento da massa magra. Sem esse cuidado, os riscos de uso incorreto e de complicações aumentam.

Qual a perspectiva para o futuro desse tratamento

Para o médico, as canetas emagrecedoras não são uma moda passageira, mas uma ferramenta consolidada no tratamento da obesidade. Elas representam um avanço histórico, por atuarem em mecanismos biológicos da fome e da saciedade. Novas gerações de medicamentos devem surgir, cada vez mais potentes e personalizados, aliados à genética, inteligência artificial e medicina individualizada. O futuro aponta para terapias mais eficazes e integradas, que tratem a obesidade como doença crônica, com respeito e ciência.

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Profissional de Comunicação. Head de Marketing da Metalvest. Editor do Jornal Lagoa News. Líder da Agência de Notícias da Abrasel. Ex-atleta profissional de skate. Escreve sobre estilo de vida todos os dias na Itatiaia e na CNN Brasil.