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A moda do autocuidado: como rituais de beleza e estilo dialogam com saúde mental

Em meio a agendas cheias e o som constante da urgência, o autocuidado surge como resistência.

A moda do autocuidado: como rituais de beleza e estilo dialogam com saúde mental

Mais do que vaidade, cuidar de si passou a ser um gesto de presença. Para muitos, os rituais de beleza e estilo deixaram de ser luxos cosméticos para se tornarem verdadeiras práticas de saúde mental.

Beleza que acalma a mente

Primeiramente, não se trata apenas de usar creme ou arrumar o cabelo. O autocuidado ultrapassa o skincare. Olhar para a mente exige reconhecer que o cuidado estético pode funcionar também como cuidado emocional. Em outras palavras, o espelho não devolve apenas uma imagem, ele devolve um estado de espírito.

Pesquisa publicada no National Center for Biotechnology Information mostra que rotinas de cuidados faciais associadas a sensação de relaxamento promovem benefícios fisiológicos e também psicológicos. Nesse sentido, o autocuidado deixa de ser estético e se torna reconexão.

Quando o ritual se transforma em rotina

O desafio começa quando o cuidado vira cobrança. Com as redes sociais e a cultura da “rotina perfeita”, o que deveria ser uma pausa acaba se tornando performance.

Como lembra uma pesquisa da Universidade Federal de Santa Catarina, há um deslocamento do autocuidado para o campo da produtividade, ou seja, a prática que deveria aliviar a mente passa a reforçar pressões sociais e padrões de comportamento.

Quando o ritual se transforma em mais uma tarefa a cumprir, o bem-estar se torna uma meta inalcançável.

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Estilo, identidade e saúde emocional

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Estilo também é uma linguagem emocional, afinal a beleza possui impacto na autoestima. Vestir-se, maquiar-se ou montar uma rotina de autocuidado não apenas altera a aparência, mas influencia diretamente a nossa percepção do mundo e de nós mesmos.

Em outras palavras, cuidar da aparência pode ser também um modo de cuidar da mente, quando o gesto é guiado pela intenção e não pela exigência.

Cuidar-se com presença

No fim, a “moda do autocuidado” só faz sentido se o foco continuar sendo o essencial: a reconexão consigo.

Afinal, o autocuidado não é sobre o que colocamos na pele, mas sobre o que cultivamos por dentro. Em tempos de exaustão e excesso, cuidar-se é, mais do que nunca, um ato de consciência.

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Profissional de Comunicação. Head de Marketing da Metalvest. Líder da Agência de Notícias da Abrasel. Ex-atleta profissional de skate. Escreve sobre estilo de vida todos os dias na Itatiaia e na CNN Brasil.