Ouvindo...

Zema explica por que governo de Minas voltou atrás e decidiu não divulgar isenções tributárias

Governador afirmou que outros estados mantém sigilo sobre benefícios concedidos às empresas e que Minas seria prejudicado se abrisse seus dados

Zema explicou motivo para Minas não divulgar dados sobre isenção fiscal que tinham sido prometidos pelo próprio governo

O governador Romeu Zema (Novo) afirmou que sua equipe econômica avaliou que divulgar os dados sobre as isenções fiscais concedidas no estado - que vão alcançar a cifra de R$ 25 bilhões em 2026 - prejudicaria a economia mineira.

Apesar de a divulgação ter sido anunciada pelo vice-governador Mateus Simões (Novo), que defendeu a transparência nos dados de benefícios tributários, Zema admitiu que houve uma mudança de entendimento no governo.

“O meu governo preza acima de tudo pela transparência. Todo mundo sabe que, antes de eu ser eleito, os voos dos governadores eram divulgados após 5 anos. Hoje, todo mundo sabe qual aeronave usei no mês passado, onde fui, quem foi comigo e o que eu fui fazer. No governo do PT, do Pimentel, Minas ocupava o 22º lugar no ranking da transparência da CGU. Hoje nós estamos em 1º lugar. Agora, pouquíssimos estados deram essas transparência de isenções fiscais. E eu não vou prejudicar Minas mostrando algo que nenhum dos 22 ou 23 estados mostraram ainda. No dia que todos mostrarem, nós vamos estar juntos”, explicou Zema, em entrevista ao programa Roda Viva na noite desta segunda-feira (25).

A falta de transparência nas isenções concedidas às empresas vêm sendo critica por deputados na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG).

Zema afirmou que sua gestão não criou novos benefícios, mas que os valores de isenções aumentaram porque novos investimentos privados chegaram em Minas.

“Agora por que esse valor aumentou muito? Porque levamos para Minas mais de R$ 500 bilhões de investimentos privados. Essas empresas recolhem ICMS em Minas e consequentemente a massa amplia. Agora, nós não criamos nenhuma isenção fiscal nova, só continuamos a usar as que já existiam anteriormente”, disse.

“Talvez tivéssemos 3 fábricas de cerveja, hoje temos 11. Esse setor tem uma tributação especial. Então, se antes a isenção era de R$ 3 bilhões, hoje são R$ 11 bilhões. O que temos hoje é uma economia mais robusta porque fui atrás de mais investimentos”, finalizou.

Leia também

Editor de Política. Formado em Comunicação Social pela PUC Minas e em História pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Já escreveu para os jornais Estado de Minas, O Tempo e Folha de S. Paulo.