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Haddad diz que tarifaço sancionado por Trump foi ‘menos duro que o esperado’

Haddad classificou a decisão como um ‘ponto de partida’ para futuras negociações, mas alertou que ainda há setores em situação ‘dramática’

Ministro da Fazenda, Fernando Haddad

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta quinta-feira (31) que o tarifaço imposto pelos Estados Unidos a produtos brasileiros foi menos severo do que o governo previa. O decreto assinado pelo presidente Donald Trump elevou para 50% a alíquota sobre diversas mercadorias, mas poupou cerca de 700 itens estratégicos, como os dos setores aeronáutico, energético e parte do agronegócio.

Com a lista de exceções, a sobretaxa atinge cerca de 43% do valor total exportado pelo Brasil aos EUA em 2024, segundo estimativas da Câmara Americana de Comércio para o Brasil (Amcham). Haddad classificou a decisão como um “ponto de partida melhor que o imaginado” para futuras negociações, mas alertou que ainda há setores em situação ‘dramática’.

“Há muita injustiça nas medidas anunciadas ontem. Há setores que não precisariam estar sendo afetados. Nenhum, a rigor, mas há casos que são dramáticos e deveriam ser considerados imediatamente”, disse o ministro, citando os mercados de carne bovina, café e frutas como os mais prejudicados.

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Próximos passos

O governo brasileiro prepara agora um pacote emergencial de apoio a setores afetados, com foco na indústria, na preservação de empregos e no agronegócio. De acordo com Haddad, os atos estão sendo finalizados pela Fazenda para encaminhamento à Casa Civil e devem ser anunciados nos próximos dias.

“Nós vamos lançar parte do nosso plano previsto, de apoio à proteção à indústria brasileira, aos empregos no Brasil, ao agro também, quando for o caso (...). Vamos fazer a calibragem à luz do que foi anunciado ontem, para que isso possa acontecer o mais rápido possível”, declarou o ministro.Entre as medidas em análise estão linhas de crédito, possível adiamento no pagamento de tributos e até um plano de proteção ao emprego, nos moldes do que foi adotado durante a pandemia da Covid-19. Na ocasião, o governo arcava com parte dos salários e as empresas se comprometiam a manter os postos de trabalho.

Por fim, Haddad confirmou que o Brasil vai recorrer das medidas tanto junto às autoridades norte-americanas quanto em organismos internacionais. “Vamos sensibilizar que isso não interessa apenas ao Brasil, mas a toda a América do Sul”, afirmou.

Supervisor da Rádio Itatiaia em Brasília, atua na cobertura política dos Três Poderes. Mineiro formado pela PUC Minas, já teve passagens como repórter e apresentador por Rádio BandNews FM, Jornal Metro e O Tempo. Vencedor dos prêmios CDL de Jornalismo em 2021 e Amagis 2022 na categoria rádio