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Em reviravolta, governo perde comando da CPMI do INSS e Carlos Viana presidirá comissão

Senador mineiro recebeu o apoio da oposição e indicou o deputado bolsonarista Alfredo Gaspar para a relatoria

Senador Carlos Viana (Podemos)

O Congresso Nacional instalou nesta quarta-feira (20), no Senado, a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), que vai apurar os descontos indevidos nos benefícios de aposentados e pensionistas do órgão.

Em uma reviravolta, o senador Carlos Viana (Podemos-MG) foi eleito presidente do colegiado, por 17 votos contra 14 do senador Omar Aziz (PSD-AM), que havia sido escolhido por acordo, mas enfrentava a resistência da oposição.

Aliado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Aziz acusou a presidente da sessão, senadora Tereza Cristina (PP-MS), de encerrar a votação antes do prazo para que todos os parlamentares registrassem suas escolhas.

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Na presidência, Viana indicou o deputado bolsonarista Alfredo Gaspar (União-AL) como relator. Segundo o parlamentar mineiro, seu trabalho não será de prejudicar o governo petista ou culpar a gestão de Jair Bolsonaro (PL), já que os descontos ilegais teriam começado em 2019.

“Quem está aqui é um presidente eleito que quer esclarecer o que aconteceu, pedir a punição dos culpados e principalmente gerar novos projetos e políticas que não permitam a repetição de um momento tão vergonhoso para o Brasil como o desvio de dinheiro de aposentados, pensionistas, pessoas que trabalharam uma vida inteira e depositaram a confiança na Previdência, outros que dependem da Previdência para a sua sobrevivência por necessidade, por idade”, declarou.

Sem acordo, a vice-presidência do colegiado será decida na próxima sessão.

Principal aposta da oposição para desgastar o governo Lula (PT), a CPMI será formada por 16 senadores, com o mesmo número de deputados, além de outros 32 suplentes, que têm até 120 dias para concluir seus trabalhos.

Repórter de política em Brasília. Formado em jornalismo pela Universidade Federal de Viçosa (UFV), chegou na capital federal em 2021. Antes, foi editor-assistente no Poder360 e jornalista freelancer com passagem pela Agência Pública, portal UOL e o site Congresso em Foco.