O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) abriu a última sessão plenária da Cúpula do Brics, no Rio de Janeiro, criticando o protecionismo e o unilateralismo. A declaração foi dada após reação do presidente americano, Donald Trump, às crítica do Brics ao protecionismo e barreiras tarifárias. “Hoje, o negacionismo e o unilateralismo estão corroendo avanços do passado e sabotando nosso futuro. O aquecimento global ocorre em ritmo mais acelerado do que o previsto. As florestas tropicais estão sendo empurradas para seu ponto de não retorno”, afirmou.
Negacionismo e mudanças climáticas
O presidente brasileiro também ressaltou a importância do Acordo de Paris, para a redução do aquecimento global, que Trump já havia anunciando que vai abandonar. “A Conferência de Nice, há poucas semanas, deixou claro que o oceano está febril. Uma década após o Acordo de Paris, faltam recursos para a transição justa e planejada, essencial para a construção de um novo ciclo de prosperidade. Os países em desenvolvimento serão os mais impactados por perdas e danos. São também os que menos dispõem de meios para arcar com mitigação e adaptação”, reforçou.
Combate à pandemias e endemias
Lula defendeu o fortalecimento da Organização Mundial da Saúde (OMS). “Recuperar o protagonismo da Organização Mundial da Saúde como foro legítimo para o enfrentamento às pandemias e na defesa da saúde dos povos é urgente. A recente adoção do Acordo de Pandemias é um passo nessa direção. O BRICS está apostando na ciência e na transferência de tecnologias para colocar a vida em primeiro lugar. No Brasil e no mundo, a renda, a escolaridade, o gênero, a raça e o local de nascimento determinam quem adoece e quem morre”, concluiu.
A sessão plenária “Meio Ambiente, COP30 e Saúde Global” é a terceira e última da Cúpula do Brics no Brasil. O evento começou no domingo (6) e termina nesta segunda-feira (7).