Informado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro que não terá o apoio dele no primeiro turno das eleições presidenciais de 2026, o governador Romeu Zema lança neste sábado o seu nome para a corrida presidencial. Zema será o segundo governador do campo bolsonarista a formalizar a pré-candidatura.
O primeiro foi Ronaldo Caiado, de Goiás. Ainda nesse campo é esperada a candidatura de Ratinho Júnior, do Paraná. Já Tarcísio de Freitas, de São Paulo, único nome com potencial para unificar o campo bolsonarista no primeiro turno, ainda hesita. Neste momento, considera concorrer à reeleição.
Zema escolheu São Paulo para tentar se aproximar da elite financeira e produtiva nacional. Em seu discurso neste sábado, vai se apresentar como um empresário bem-sucedido, um outsider, ou seja, quer se colocar como alguém que veio de fora da política, com a narrativa de que não faria parte deste meio.
O eixo principal de sua estratégia de comunicação é o mesmo que já vem adotando: vai subir o tom nas críticas ao PT, ao seu antecessor em Minas, Fernando Pimentel e ao presidente Lula, candidato à reeleição. Além de dar destaque à temática da segurança pública, na economia o governador vai se apresentar como um ultraliberal.
Com a candidatura de Zema, o Novo pretende reforçar a campanha de deputados federais. O partido quer mais parlamentares para entrar na briga por um quinhão do fundo partidário, do fundo eleitoral e do tempo da propaganda eleitoral gratuita.
E se no plano nacional o governador mineiro vai ter o seu momento de holofotes, aqui em Minas Gerais, a tendência será delegar cada vez mais o governo a Mateus Simões para dedicar-se à campanha nacional. No momento crítico em que o estado se prepara para aderir ao Plano de Pleno Pagamento das Dívidas dos Estados (Propag), a ausência de Zema já provoca críticas, da Assembleia, inclusive de aliados. Como tudo na vida, é uma escolha com ganhos e perdas.