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Bertha Maakaroun | Como governador, Zema precisa estar ao lado do PT em alguns locais

Zema e governadores já viraram alvo dos filhos do ex-presidente Jair Bolsonaro

Dois dias depois de declarar durante o lançamento de sua pré-candidatura à presidência da República que pretende “varrer o PT do mapa” , o governador Romeu Zema (Novo) se encontrou nesta segunda-feira, em Contagem com a prefeita Marília Campos, que é do PT.

O governador foi a Contagem participar da inauguração da primeira de duas bacias de contenção, no bairro Água Branca, feitas em parceria com a Prefeitura de Contagem. As bacias vão atenuar as enchentes da avenida Tereza Cristina. Essa primeira bacia tem capacidade para receber até 103 milhões de litros do córrego Ferrugem, retardando o seu lançamento sobre o Arrudas.

Após a vistoria da obra, o climão. Marília que participava da solenidade ao lado do governador, foi convidada pelo cerimonial do governo de Minas para que se afastasse de Zema: ele pretendia gravar um vídeo. A prefeita não gostou do tratamento. Deixou a solenidade sem participar da coletiva. A tarde, Marília Campos se reuniu com Mateus Simões. Encontro institucional, cordial.

Mas Zema faz a sua aposta. Como governador, precisa aparecer ao lado do PT. Mas como fala em “varrer do mapa”, não quer imagens ao lado do PT. Assim acredita que irá se destacar entre os governadores do campo bolsonarista que também serão candidatos à presidência da República. Mas Zema e governadores já viraram alvo dos filhos do ex-presidente Jair Bolsonaro. Carlos Bolsonaro e Eduardo Bolsonaro querem o espólio do pai na família. E não aceitam que a fórmula eleitoral da polarização seja capturada por outros candidatos do campo político.

É o chamado fogo amigo.

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Jornalista, doutora em Ciência Política e pesquisadora