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Após prisão, líder do PL na Câmara manifesta solidariedade a Zambelli e diz que ela pedirá asilo político

Zambelli está na Itália há cerca de dois meses; ela deixou o país antes que sua pena começasse a ser cumprida.

Sóstenes Cavalcante, deputado federal e líder do PL na Câmara dos Deputados

O líder do PL na Câmara dos Deputados, Sóstenes Cavalcante, manifestou, em nome da bancada do partido, sua “total solidariedade” à deputada federal licenciada Carla Zambelli, presa na Itália nesta terça-feira (29). Em nota à imprensa, o parlamentar afirmou que o advogado de Zambelli, Dr. Pagnozzi, defende que ela “apresentou-se voluntariamente às autoridades italianas” e que deu início “ao seu pedido de asilo político e não extradição”.

“Esse gesto, firme e consciente, não é ato de fuga. É a consequência direta de um país que tem negado a seus representantes eleitos o direito à liberdade, ao contraditório e à legítima defesa. O Brasil passa a testemunhar, com perplexidade, o constrangimento diplomático e democrático de ver uma parlamentar federal buscar proteção internacional por não encontrar, em seu próprio país, as garantias mínimas do Estado de Direito”, declarou Sóstenes.

Condenada a dez anos de prisão pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por invadir os sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), em 2023, a parlamentar era considerada foragida no Brasil e foi inserida na lista vermelha da Interpol. A prisão foi confirmada pelo Ministério da Justiça e pela Polícia Federal.

Zambelli está na Itália há cerca de dois meses. Ela deixou o país antes que sua pena começasse a ser cumprida. Após decisão do ministro Alexandre de Moraes, do STF, os perfis oficiais da deputada, de sua mãe e de seu filho foram retirados do ar.

Sóstenes ainda criticou o Judiciário brasileiro e disse que, hoje, ele concentra “poderes que não lhe foram atribuídos pela Constituição”. “Julga, censura, legisla, investiga e pune. Tudo sem controle, sem prazo, sem transparência e, principalmente, sem oposição que possa reagir sem ser punida”, afirma. O deputado acrescentou que, em sua visão, há “um sinal” de que a “ruptura institucional já não é um risco, é uma realidade em construção”.

“Se o Parlamento aceitar calado o exílio político de seus membros, a censura de seus líderes e a criminalização da oposição, estará assinando sua própria rendição. Não será por golpe, será por omissão. Por isso, a bancada do PL conclama todas as bancadas e líderes desta Casa a reagirem. Porque hoje é Carla Zambelli. Amanhã, será qualquer um de nós”, conclui.

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Jornalista pela UFMG, Lucas Negrisoli é editor de política. Tem experiência em coberturas de política, economia, tecnologia e trends. Tem passagens como repórter pelo jornal O Tempo e como editor pelo portal BHAZ. Foi agraciado com o prêmio CDL/BH em 2024.