Além de Collor, o atual presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o ex-presidente Michel Temer (MDB) já foram presos no passado. Antes da redemocratização, outros chefes de Estado foram detidos, mas por motivos políticos diversos.
Relembre os casos
Michel Temer
Michel Temer, que comandou o país entre 2016 e 2018, foi preso preventivamente em março de 2019. A prisão ocorreu no âmbito da Operação Descontaminação, que investigou um esquema de corrupção, lavagem de dinheiro, fraudes de licitação e cartel relacionado à construção da usina nuclear Angra 3, no Rio de Janeiro.
A operação foi um desdobramento da antiga operação Lava Jato. À época, o engenheiro e empresário José Antunes Sobrinho afirmou, em delação premiada, que o ex-presidente teria recebido R$ 1,1 milhão em propina.
Lula
Também alvo da operação Lava Jato, Luiz Inácio Lula da Silva foi preso em abril de 2018. O petista havia sido condenado em 2017 pelo então juiz e hoje senador Sergio Moro, que atuava na 13ª Vara Federal de Curitiba, pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso do triplex do Guarujá.
A decisão proferida por Moro alegava que o presidente teria recebido o imóvel como forma de propina da construtora OAS em troca de favorecimento em contratos com a Petrobras. O petista nega.
Lula se entregou à Polícia Federal no Sindicato dos Metalúrgicos, no ABC paulista, e passou cerca de um ano preso em Curitiba. Ele foi liberto em novembro de 2019 após entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF) de vetar o cumprimento de pena após a condenação em segunda instância.
Condenações políticas
Juscelino Kubitschek
Durante o regime militar, o ex-presidente e mineiro Juscelino Kubitschek foi preso em 1968 acusado de corrupção e de apoio ao comunismo. Juscelino teve seu mandato cassado e os direitos políticos suspensos e se exilou. O fundador de Brasília foi preso no mesmo dia em que o Ato Institucional número cinco (AI-5) foi decretado.
Artur Bernardes
Durante a Revolução Constitucionalista de 1932, o ex-presidente Artur Bernardes, que ficou à frente do país entre 1922 e 1926, foi preso e exilado para Portugal. O movimento pretendia derrubar o governo do então presidente Getúlio Vargas.
Washington Luís
Em meio ao golpe que levou, em 1930, Getúlio Vargas ao poder no Brasil, Washington Luís, que governou o país entre 1926 e aquele ano, foi preso após ser deposto do cargo. Ele ficou menos de um mês preso, mas passou 17 anos exilado.
Hermes da Fonseca
O ex-presidente Hermes da Fonseca foi preso duas vezes: uma em 1922, acusado de conspirar a favor da Revolta dos 18 do Forte de Copacabana, e outra em 1892, por criticar a destituição do governador amazonense. Ele governou o país entre 1910 e 1914.
