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Gilmar vota para manter anulação de atos da Lava Jato contra Palocci

Supremo Tribunal Federal analisa um recurso da Procuradoria-Geral da República contra a determinação que favoreceu ex-ministro

O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal

O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), votou para manter a decisão que anulou todas as provas e processos da Operação Lava Jato contra o ex-ministro Antonio Palocci. Com isso, o placar está em 2 a 0 para negar o recurso da Procuradoria-Geral da República (PGR).

A Segunda Turma da Corte analisa um recurso do procurador-geral da República, Paulo Gonet, contra a determinação. O julgamento acontece até a próxima sexta-feira (6), no plenário virtual, modalidade em que os ministros apenas depositam os votos em um sistema.

Gonet argumenta que os elementos de provas obtidos durante a operação seriam “naturalmente revelados” mesmo que não tivesse havido um “conluio”, como afirma Toffoli em sua decisão, entre integrantes do Ministério Público e o ex-juiz Sergio Moro.

“No contexto do magistério da prova ilícita, as teorias da descoberta inevitável e da fonte independente estabelecem hipóteses em que, caso se demonstre que a prova em questão seria inevitavelmente descoberta por meios lícitos, no curso regular da investigação, sua contaminação originária não compromete sua admissibilidade”, diz a PGR.

Em seu voto para para negar o recurso, o relator, ministro Dias Toffoli, menciona os diálogos obtidos na operação Spoofing – que embasaram a decisão da Corte para reconhecer que Moro foi parcial no caso – e afirma que as conversas comprovam “a mistura da função de acusação com a de julgar, corroendo-se as bases do processo penal democrático”.

Além de beneficiar Palocci, o entendimento sobre a parcialidade de Moro também já favoreceu outros investigados pela Lava Jato, como o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o empresário Marcelo Odebrecht.

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Repórter de política em Brasília. Formado em jornalismo pela Universidade Federal de Viçosa (UFV), chegou na capital federal em 2021. Antes, foi editor-assistente no Poder360 e jornalista freelancer com passagem pela Agência Pública, portal UOL e o site Congresso em Foco.