O advogado Celso Vilardi, que representa a defesa de Jair Bolsonaro no julgamento sobre a suposta tentativa de golpe de estado, afirmou nesta quarta-feira (26) que pretende provar a inocência do ex-presidente após a decisão da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) de torná-lo réu, junto a sete aliados, por participação na trama golpista.
“Vamos provar inocência, mas precisamos ter liberdade de defesa. O jogo está só começando”, declarou Vilardi.
Conforme decisão unânime dos ministros da Primeira Turma do STF, Bolsonaro e outros sete aliados responderão pelos crimes de:
- Organização criminosa armada
- Golpe de Estado
- Tentativa de abolição violenta do estado democrático de direito,
- Dano qualificado
- Deterioração de patrimônio tombado
Após o julgamento, o advogado criticou a acusação da PGR, afirmando que se baseia apenas na delação de Mauro Cid e que não há provas da conexão com os atos de 8 de janeiro.
“A materialidade que foi dita hoje, nesse julgamento, é uma materialidade do dia 8, e isso o presidente não tem nem remotamente envolvimento”, alegou.
Vilardi também elogiou o ministro Luiz Fux e defendeu que o julgamento ocorresse no plenário do STF, e não na Primeira Turma. Ele reforçou que a delação de Cid deveria ser anulada e negou que Bolsonaro tenha feito qualquer “grave ameaça” que justificasse a denúncia.
“Vamos provar a inocência. Mas precisamos ter liberdade de defesa, senão é muito complicado. O alerta que nós estamos fazendo desde a apresentação da defesa e na sustentação oral de ontem é o que aconteceu hoje: trechos de diálogos que a gente não sabe se estão dentro ou fora do contexto, nós não sabemos”, criticou.
Além de Bolsonaro, tornaram-se réus por suposta trama golpista:
- Alexandre Ramagem, ex-diretor da Abin;
- Almir Garnier, ex-comandante da Marinha;
- Anderson Torres, ex-ministro da Justiça;
- Augusto Heleno, ex-ministro do GSI;
- Mauro Cid, ex-ajudante de ordens da Presidência;
- Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa;
- Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil de Bolsonaro.