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Governo de MG explica redução de praças de pedágio na concessão do Vetor Norte

Texto inicial constava 13 praças de pedágio e agora tem 12; Assembleia de Minas recebeu a quarta audiência pública sobre o projeto

O Governo de Minas esclareceu a alteração no projeto de concessão de rodovias do vetor norte da Região Metropolitana de Belo Horizonte. O plano inicial previa 13 pontos de cobrança, mas uma das praças foi retirada do projeto.

Segundo a diretora da Codemge, Fernanda Allen, a decisão foi tomada com base em estudos financeiros que indicaram que a praça não era viável economicamente e impactaria negativamente o valor das tarifas nos demais pontos.

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“Fizemos uma análise do custo que aquela praça representava dentro do projeto e qual o valor de tarifa que ela iria arrecadar. Vimos que ela estava destruindo o valor e fazendo aumentar o valor das outras tarifas. Por isso, decidimos retirá-la”, explicou.

Promessa de melhorias

O projeto de concessão das rodovias é tratado pelo governo estadual como um investimento para a infraestrutura da Região Metropolitana. Fernanda Allen considera que a última grande obra na área foi a Linha Verde e que o sistema atual já não atende à demanda.

“A Linha Verde já está totalmente saturada. Temos hoje o tráfego pesado passando dentro da cidade, dificuldades para o turismo e um impacto direto na dinâmica das regiões metropolitanas. No Carnaval, por exemplo, muitas pessoas ficaram horas para conseguir chegar à Serra do Cipó”, citou.

O projeto prevê um investimento de mais de R$ 5 bilhões, com obras de ampliação de capacidade, como duplicações e construção de contornos rodoviários já em pista dupla. Algumas das principais intervenções incluem:

  • Duplicação integral da MG-424
  • Implantação de terceiras faixas na MG-10
  • Construção dos contornos de Matozinhos, Prudente de Morais e Lagoa Santa

Outra expectativa do governo do estado é que as intervenções reduzam em até 50% os acidentes na região.

Críticas ao projeto

O projeto tem sido discutido com frequência na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) que realizou, nesta quarta-feira (12), a quarta audiência pública sobre o assunto, desta vez na Comissão do Trabalho, da Previdência e da Assistência Social. Presidido pelo deputado estadual Betão (PT), o encontro reuniu, além de representantes do governo do estado e deputados, sindicatos e movimentos sociais.

“A criação de uma região metropolitana é pra integrar esses municípios. As pessoas que moram nas cidades adjacentes trabalham nas grandes cidades retornam pra suas casas em uma cidade menor, que normalmente é uma cidade dormitória. Ao colocar um pedágio em todas as áreas que circundam a região metropolitana de Belo Horizonte, você, na verdade, está impondo à população o pagamento de um imposto, uma taxa para a empresa que vai administrar”, criticou Betão.

O deputado cobrou, ainda, maior diálogo com a sociedade civil sobre o assunto. “Nós estamos fazendo essa audiência pública, chamando a sociedade civil para discutir e a ideia é a gente solicitar aqui o adiamento desse processo, porque sequer a discussão com a população foi feita”, citou.

Impacto para os usuários

Mesmo com os argumentos sobre os benefícios do projeto, há questionamentos sobre o impacto das tarifas para a população, especialmente para trabalhadores de baixa renda, motoristas de aplicativo e pessoas que precisam se deslocar para atendimentos de saúde.

Para amenizar esses impactos, Fernanda Allen destacou que o sistema adotado será o free flow (livre passagem), em que os motoristas pagam apenas pelo trecho percorrido. Além disso, há mecanismos de isenção e descontos:

  • Usuários frequentes terão tarifas reduzidas progressivamente ao longo do mês
  • Ônibus do transporte coletivo não pagarão pedágio
  • Veículos oficiais e de transporte de pacientes também estarão isentos

“Na medida que eu reduzo a distância percorrida, eu consigo cobrar menos. O pedágio paga exatamente pelo tanto que ele percorreu aquele trecho”, explicou.

Graduado em jornalismo e pós graduado em Ciência Política. Foi produtor e chefe de redação na Alvorada FM, além de repórter, âncora e apresentador na Bandnews FM. Finalista dos prêmios de jornalismo CDL e Sebrae.
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