A conta de energia dos brasileiros deve permanecer mais cara até o final deste ano, conforme avalia o presidente da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Sandoval Barbosa. A estimativa é que, por conta do aumento da estiagem e das incertezas sobre o clima, a agência precise manter a bandeira vermelha ou amarela para arcar com os custos do acionamento das usinas termelétricas.
Questionado sobre a possibilidade após um evento que tratou sobre as tarifas na conta de energia, realizando nesta quarta-feira em Brasília, Sandoval disse que não há uma estimativa de qual será a tarifa imposta sobre o consumidor, mas afirmou que a possibilidade é estudada.
“A estimativa não fizemos ainda, mas há grande tendência de que [a bandeira] permaneça entre amarela e vermelho até o final do ano”, disse o presidente da Aneel.
Em julho, a bandeira amarela foi acionada pela primeira vez desde abril de 2022, por causa do maior uso das usinas termelétricas, que têm operação mais cara que as hidrelétricas.
A “bandeira vermelha patamar 1", em vigor atuamente, representa um valor extra de R$ 4,46 a cada 100 quilowatts-hora consumidos (kWh). No nível mais alto, estabelecido pela “bandeira vermelha patamar 2”, essa sobretaxa chega a R$ 7,87 a cada 100 (kWh).
O sistema de bandeiras tarifárias foi criado pela Aneel em 2015 para indicar, aos consumidores, os custos da geração de energia no Brasil. Ele reflete o custo variável da produção de energia, considerando fatores como a disponibilidade de recursos hídricos, o avanço das fontes renováveis, bem como o acionamento de fontes de geração mais caras como as termelétricas.