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Entenda como funciona o processo de auditoria nas urnas eletrônicas

A auditoria é conduzida com a presença de representantes de partidos políticos, da OAB, do Ministério Público, e qualquer cidadão

Urna eletrônica tem tecla para voto em branco

No dia das eleições, os tribunais regionais eleitorais de todo o país realizam a Auditoria de Funcionamento das Urnas Eletrônicas, conhecida como Votação Paralela.

Esse processo, que ocorre simultaneamente à votação oficial, tem como objetivo demonstrar a integridade na captação e apuração dos votos nas urnas eletrônicas.

A auditoria é conduzida em um ambiente público e acessível, com a presença de representantes de partidos políticos, da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), do Ministério Público, e qualquer cidadão interessado.

Resultados manuais comparados aos da urna

As urnas auditadas são selecionadas por sorteio e retiradas do local de votação na véspera do pleito. No dia da auditoria, cédulas em papel são preenchidas e os votos nelas contidos são digitados nas urnas eletrônicas e em um sistema paralelo, para posterior comparação.

Todo o processo é filmado e acompanhado por uma auditoria independente, contratada via licitação.

Ao final da apuração, os resultados obtidos pelas urnas eletrônicas são comparados com os registrados manualmente.

Relatórios detalhados são emitidos pelos auditores, destacando o resultado da contagem e qualquer evento atípico que possa ter ocorrido, como problemas com lacres, reconhecimento biométrico indevido, ou manipulação de mídias e senhas, garantindo assim a transparência e segurança do processo eleitoral.

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Ataque sem provas

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, atacou, em julho, o sistema eleitoral brasileiro, dizendo que o país não realiza auditoria dos votos.

Maduro mentiu ao dizer que “no Brasil, nem um único boletim de urna é auditado”. A fala ocorreu durante um comício no estado de Aragua, onde o político argumentou que na Venezuela são realizadas 16 auditorias, inclusive uma em tempo real.

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) saiu em defesa do processo eleitoral brasileiro:

“Em face de falsas declarações contra as urnas eletrônicas brasileiras, que, ao contrário do que afirmado por autoridades venezuelanas, são auditáveis e seguras, o Tribunal Superior Eleitoral não enviará técnicos para atender convite feito pela Comissão Nacional Eleitoral daquele país para acompanhar o pleito do próximo domingo”, afirmou o órgão em nota.

“A Justiça Eleitoral brasileira não admite que, interna ou externamente, por declarações ou atos desrespeitosos à lisura do processo eleitoral brasileiro, se desqualifiquem com mentiras a seriedade e a integridade das eleições e das urnas eletrônicas no Brasil”.


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Jessica de Almeida é repórter multimídia e colabora com reportagens para a Itatiaia. Tem experiência em reportagem, checagem de fatos, produção audiovisual e trabalhos publicados em veículos como o jornal O Globo e as rádios alemãs Deutschlandfunk Kultur e SWR. Foi bolsista do International Center for Journalists.