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Desoneração e reforma tributária são prioridades para Ministério da Fazenda no Congresso antes do recesso

Segundo projeto para regulamentação da reforma tributária deve ser enviado ao Congresso Nacional nos próximos dias

Ministro Fernando Haddad entregou à Câmara, em abril, primeiro projeto para regulamentação da reforma tributária

A pouco menos de dois meses para o início do recesso e a quatro meses das eleições municipais que devem frear as negociações no Congresso Nacional, o Ministério da Fazenda se prepara para articular nas próximas semanas a tramitação de importantes pautas para o cenário econômico do país: a reforma tributária e a desoneração para 17 setores e municípios de pequeno porte.

Com a aprovação da reforma no ano passado, o secretário extraordinário Bernard Appy e o ministro Fernando Haddad agilizam, agora, a aprovação das duas propostas de lei que regulamentam a tributária. O primeiro Projeto de Lei Complementar (PLP) foi entregue à Câmara dos Deputados em mãos pelo ministro Haddad ainda em abril; ele trata sobre as questões referentes aos novos impostos: o Imposto sobre Bens e Serviços (IBS) — que unifica o ICMS e o ISS, a Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS) e o Imposto Seletivo — apelidado de imposto do pecado. O IBS e o CBS, aliás, serão unificados em uma única tributação: o Imposto sobre Valor Agregado (IVA).

Essa proposta já é debatida entre os deputados a partir de um grupo de trabalho instituído pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). A previsão é que os parlamentares que compõem o grupo construam um relatório consensual antes de submetê-lo à votação no plenário. Vão ser feitas audiências entre os 3 e 6 deste mês para tratar o assunto.

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O segundo projeto de lei complementar ainda será enviado pelo Ministério da Fazenda ao Congresso, e a expectativa é que este envio seja feito nos próximos dias. Essa proposta tratará sobre as questões de governança referentes à reforma tributária com a definição das regras sobre o conselho interfederativo formado por estados e municípios. Ela também será analisada e discutida por um grupo de trabalho na Câmara, também já instituído pelo presidente Lira.

O desejo do ministro Fernando Haddad é que ambas as propostas sejam votadas em plenário ou, pelo menos, tenham os relatórios apresentados até o recesso parlamentar, que começará em 18 de julho.

Outra prioridade para a equipe econômica do Governo Lula (PT) nestes próximos dois meses é resolver a desoneração e pôr um ponto final à história que se arrasta desde outubro do ano passado. Até segunda-feira (3), o ministério encaminhará ao Congresso uma medida provisória (MP) indicando as fontes de compensação para a queda de arrecadação decorrente da desoneração para os municípios de até 156 mil habitantes e para os 17 setores que mais empregam no país. O Projeto de Lei (PL) que estabelece os parâmetros para desoneração em 2024 e para a reoneração gradual entre 2025 e 2027 já foi apresentado ao Congresso pelo senador Efraim Filho (União Brasil-PB) e começará a ser discutido nas próximas semanas.


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Repórter de política em Brasília. Na Itatiaia desde 2021, foi chefe de reportagem do portal e produziu série especial sobre alimentação escolar financiada pela Jeduca. Antes, repórter de Cidades em O Tempo. Formada em jornalismo pela Universidade Federal de Minas Gerais.