A Câmara Municipal de Belo Horizonte (CMBH) aprovou, nesta quinta-feira (16) um projeto de lei que declara o valor ecológico, paisagístico, cultural e comunitário da Mata do Jardim América. Foram 33 votos favoráveis e uma abstenção, mas nenhum parlamentar votou contra a proposta. A área verde está localizada na região Oeste da capital mineira, em um quarteirão entre a avenida Barão Homem de Melo e as ruas Sebastião de Barros, Gama Cerqueira e Daniel de Carvalho, na altura do bairro Nova Granada.
O terreno de 21 mil metros quadrados, que possui 465 árvores, não se trata de área pública e, desde 2010, moradores se mobilizaram para barrar a construção de duas torres de 23 andares.
De acordo com a justificativa apresentada pelos autoras da proposta, vereadoras Iza Lourença e Cida Falabella (Psol) e o vereadores Bruno Pedralva e Pedro Patrus (PT) e Wagner Ferreira (PV), a área já se enquadra como Área de Preservação Ambiental (PA1), “de máximo grau de proteção, o que exige que as autoridades respeitem todas as formas de vida deste local”.
Na sessão desta quinta-feira (16), estudantes de escolas localizadas na região Oeste enviaram desenhos e cartas aos parlamentares para pedirem a aprovação da proposta.
Mata do Jardim América se estende por área de 21 mil m² na região Oeste de Belo Horizonte
“Aquele lugar é uma das poucas áreas verdes que nós temos e abriga dezenas de espécies de pássaros”, defendeu a vereadora Iza Lourença (Psol).
“O país está em emergência climática, infelizmente, e os eventos que acontecem no Rio Grande do Sul não são algo pontual. Belo Horizonte subiu sua temperatura em 4 graus”, alertou Cida Falabella (Psol).
Para a vereadora Fernanda Pereira Altoé (Novo), a aprovação da proposta é inócua, já que a área é privada e não foi desapropriada pela prefeitura.
"[O projeto] não gera efeito prático, vamos nos abster porque não somos contra, só entendemos que não gera a medida necessária e qualquer uso dessa área precisa ser tratado pelo Executivo”, ponderou.
