O presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou nesta quinta-feira (28) a proibição da candidata de oposição ao regime do presidente venezuelano Nicolás Maduro de participar das eleições presidenciais deste ano. O Brasil deve enviar um representante para acompanhar o pleito no país vizinho, que está previsto para 24 de julho.
Em coletiva de imprensa, no Palácio do Planalto, ao lado do presidente da França, Emmanuel Macron, Lula minimizou o fato de a candidata de oposição Corina Yoris não conseguir se inscrever para o pleito presidencial, em substituição a María Corina Machado, ganhadora das primárias, mas que foi desqualificada para a disputa.
“O fato de uma candidata ter sido proibida pela Justiça não era o agravante. Vocês não podem esquecer que aqui no brasil eu fui proibido de ser candidato quando liderava as pesquisas de opinião pública. O que eu fiz? Eu indiquei outro candidato. Perdemos as eleições, mas fez parte do jogo democrático”, avaliou ele.
Em seguida, Lula criticou o problema no registro da candidatura de Corina Yoris. “É grave que a candidata não tenha sido registrada. Ela não foi proibida pela Justiça. Me parece que ela se dirigiu até o lugar, tentou usar o computador o local, mas não conseguiu entrar. Então foi uma coisa que causou prejuízo a uma candidata”, disparou ele.
O partido Un Nuevo Tiempo (UNT) indicou Manuel Rosales para a disputa com Nicolás Maduro. “Se as eleições não forem democráticas eu acho que o brasil vai participar lá, o Brasil vai tentar assistir essa eleição. Eu não quero nada melhor nem pior, eu quero que as eleições sejam feitas igual a gente faz aqui no Brasil, com a participação de todos. Quem quiser participar, participa. Quem perder, chora. Quem ganhar, ri. E assim a democracia continua”, avaliou ele. Lula disse não ter justificativa para impedir a oposição de disputar o pleito. “Não tem explicação jurídica, política você proibir um adversário de ser candidato”, afirmou.
Lula disse que conversou com o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, em fevereiro, na Guiana, sobre a importância da realização de eleições democráticas no país vizinho. “Eu tive uma longa reunião com o Maduro. Eu disse que a coisa mais importante para restabelecer a normalidade na Venezuela era não ter problema no processo eleitoral”, afirmou Lula.