Advogados de Jair Bolsonaro confirmaram, nesta segunda-feira (25), que o ex-presidente passou dois dias na Embaixada da Hungria em Brasília, logo após ser alvo de uma operação da Polícia Federal que apreendeu seu passaporte, em fevereiro.
Segundo a defesa do ex-presidente, ele esteve na embaixada a convite, e que usou o encontro para conversar com autoridades sobre o cenário político brasileiro.
“Como é do conhecimento público, o ex-mandatário do país mantém um bom relacionamento com o premier húngaro, com quem se encontrou recentemente na posse do presidente Javier Milei, em Buenos Aires. Nos dias em que esteve hospedado na embaixada magiar, a convite, o ex-presidente brasileiro conversou com inúmeras autoridades do país amigo atualizando os cenários políticos das duas nações”, diz a nota assinada por Fábio Wajngarten, Daniel Bettamio Tesser e Paulo Amador da Cunha Bueno.
Em evento do PL nesta tarde, Bolsonaro reforçou a narrativa de que mantém boas relações internacionais. “Temos boas relações internacionais, como até hoje eu mantenho relação com alguns chefes de Estado pelo mundo, é algo bastante saudável”, disse ele. E completou: “Muitas vezes esses chefes de Estado ligam para mim, para que eu possa prestar informações precisas do que acontece em nosso Brasil. Frequento embaixadas também aqui pelo nosso Brasil, converso com os embaixadores”.
O caso
Segundo vídeos divulgados pelo jornal norte-americano New York Times, quatro dias após ser alvo da Polícia Federal, Bolsonaro passou dois dias na embaixada da Hungria em Brasília. Com o avançar das investigações, Bolsonaro foi acolhido pelo embaixador húngaro Miklós Halmai.
As embaixadas são consideradas legalmente territórios fora do alcance das autoridades locais. Por isso, o ex-presidente não poderia ser preso estando por lá.
De acordo com o NYT, ao ir para a embaixada húngara, Bolsonaro também desejava fortalecer os laços de amizade com o primeiro-ministro do país, o líder de extrema-direita Viktor Orban. Em visita a Hungria, o ex-presidente brasileiro chegou a se referir a Orban como seu “irmão”. Na posse de Javier Milei, na Argentina, o primeiro-ministro húngaro chamou Bolsonaro de “herói”.