A reforma ministerial especulada para o início do segundo ano do governo Lula (PT) acabou adiada e não deve ocorrer neste começo de 2024. Apesar do presidente ter decidido manter os ministros em seus postos, o segundo e o terceiro escalões das pastas têm sofrido mudanças, e os ministérios da Justiça e de Minas e Energia e a Secretaria-Geral da Presidência da República protagonizam as movimentações na Esplanada.
A mais recente ocorreu no Ministério da Justiça e Segurança Pública, onde houve troca na chefia em função da ida de Flávio Dino para o Supremo Tribunal Federal (STF). Com a nomeação de Ricardo Lewandowski para herdar o ministério de Dino, mudanças são aguardadas na Secretaria-Executiva, hoje chefiada por Ricardo Cappelli, e nos cargos a ela subordinados. A primeira das alterações aconteceu nessa quinta-feira (11), quando o ministro da Casa Civil, Rui Costa, exonerou o número 3 do ministério, Diego Galdino de Araújo. Entretanto, 24 horas depois, em portaria publicada no Diário Oficial da União (DOU) desta sexta-feira (12), Rui Costa, tornou sem efeito a exoneração — ou seja, cancelou a demissão do secretário.
A mudança feita ontem na secretaria-adjunta do Ministério da Justiça ocorreu em meio às especulações sobre um possível pedido de demissão de Ricardo Cappelli, que deve deixar o ministério em fevereiro com a conclusão da transição do comando de Flávio Dino para Ricardo Lewandowski.
O Ministério de Minas e Energia também sofreu importante baixa nessa quinta-feira, quando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) exonerou o secretário-executivo da pasta, Efrain Cruz, e nomeou para o cargo o assessor jurídico Arthur Cerqueira Valério. Alvo de investigação na Comissão de Ética da presidência da República por ‘desvios éticos’ à época em que era diretor da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
Foi também uma polêmica que suscitou a mudança na Secretaria-Geral da Presidência da República. E, também na quinta-feira, o ministro Márcio Macêdo autorizou a abertura de uma sindicância para investigar a ida de três servidores a Sergipe para uma festa de pré-carnaval em Aracaju. A secretária-executiva Maria Fernanda Ramos Coelho foi demitida por autorizar a emissão da viagem, segundo detalhou o colunista Lauro Jardim, de O Globo; o ministério negou e afirmou que a exoneração foi a pedido por ‘motivos pessoais’.