O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), afirmou neste domingo (10) que acompanha o monitoramento dos impactos do rompimento da mina 18, da Braskem, em Maceió, ocorrido o início da tarde, e cobrou ações que garantam a reparação das vítimas do desastre. O colapso da estrutura pôde ser percebido na superfície da lagoa de Mundaú, no bairro do Mutange, um dos cinco afetados pela exploração de sal-gema pela Braskem em Alagoas.
Estamos monitorando minuto a minuto com os órgãos responsáveis os efeitos do colapso da mina 18, em Maceió. Já cobramos medidas técnicas eficazes, ações sociais e reparações financeiras para que Maceió e o povo atingido não sejam ainda mais prejudicados. Continuaremos em atenção.
— Arthur Lira (@ArthurLira_) December 10, 2023
A área afetada está isolada há 13 dias, desde que a Prefeitura de Maceió decretou emergência diante do iminente colapso da mina. Três dos bairros afetados — Mutange, Pinheiro e Bebedouro — sofrem intensos abalos sísmicos desde novembro, quando a mina da Braskem começou a se movimentar e a provocar o afundamento do solo.
Após o rompimento, o senador alagoano Rodrigo Cunha (Podemos-AL) reforçou nas redes sociais que seguirá ‘cobrando a Braskem em busca de reparação digna para as milhares de famílias afetadas por esse crime ambiental’, escreveu.
O iminente rompimento da mina 18, na região próximo ao Mutange, aconteceu hoje por volta das 13h15. Estamos em alerta total e acompanhando as novas atualizações da Defesa Civil. Importante ressaltar que toda a área está desocupada e não oferece risco à população.
— Rodrigo Cunha (@RodrigoCunhaAL) December 10, 2023
CPI da Braskem. O Senado Federal instala na próxima terça-feira (12), às 15h, a CPI da Braskem, que se dedicará a investigar a atuação da mineradora, em Maceió, e denúncias de omissão contra o grupo. A CPI foi criada em outubro, mas esteve paralisada sem indicativo de avanço diante da falta das indicações dos membros, que precisam ser feitas pelos partidos. O cenário de estagnação mudou diante do iminente colapso da mina 18.
A crise ambiental ganhou o noticiário político diante da rixa alagoana entre o grupo político liderado pelo senador Renan Calheiros (MDB-AL), que é o responsável pela criação da CPI, e os aliados do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL).
Na última segunda-feira (4), o então presidente em exercício do senado, Rodrigo Cunha, afirmou que a relutância dos líderes em tecer as indicações para a comissão eram culpa da autoria da CPI. "É necessário ter fiscalização. Mas, a propositura da CPI da forma como surgiu, de maneira viciada, acredito que seja o motivo pelo qual de maneira responsável os líderes não deram sequência [às indicações]”, declarou.
A tensão aumentou depois que Calheiros ameaçou recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF) para garantir a instalação e o início dos trabalhos investigativos da CPI. E, na quinta-feira (7), as indicações começaram a ser feitas.