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Chacina de Unaí: Justiça Federal aumenta pena de Mânica para 89 anos

Tribunal negou anulação do júri popular a pedido da defesa do mandante Antério Mânica, preso desde o dia 16 de setembro

Antério Mânica, ex-prefeito de Unaí se entregou a polícia no dia 16 de setembro

O Tribunal Regional Federal da 6ª Região (TRF-6) aumentou de 64 para 89 anos a pena de um dos mandantes da Chacina de Unaí. O ex-prefeito da cidade do Noroeste de Minas, Antério Mânica, condenado pelos crimes cometidos em 2004, está preso desde o dia 16 de setembro deste ano.

Na última terça-feira (21) o TRF-6 julgou e considerou improcedente um recurso da defesa de Antério Mânica, que pedia anulação do júri popular ocorrido em maio de 2022.

Na mesma sessão, o tribunal acolheu o recurso do Ministério Público Federal e determinou o aumento da pena aplicada ao réu, acusado de ser mandante da Chacina de Unaí em janeiro de 2004. A pena passou de 64 para 89 anos com determinação de execução imediata.

Mânica foi preso em 16 de setembro, quando se entregou à polícia em Brasília. A sentença foi do desembargador Edilson Vitorelli, relator do caso, mas a decisão individual era provisória e ainda precisava passar pelo crivo da Primeira Turma.

Para o Superintendente Regional do Trabalho em Minas Gerais, Carlos Calazans, a justiça “começa a ser uma realidade”, após quase 20 anos da chacina.

Relembre a Chacina de Unaí

Em 28 de janeiro de 2004, os fiscais do Ministério do Trabalho, Eratóstenes de Almeida Gonçalves, João Batista Soares e Nelson José da Silva e o motorista Aílton Pereira de Oliveira foram emboscados em uma estrada de terra, próxima de Unaí, que fica a 600 quilômetros de Belo Horizonte. As vítimas faziam visitas de rotina a propriedades rurais.

O carro do Ministério do Trabalho foi abordado por homens armados que mataram os fiscais à queima-roupa. A fiscalização visitava a região para apurar denúncias de trabalho escravo.

Antério Mânica, que é ex-prefeito de Unaí, e o irmão dele, Norberto Mânica, foram apontados como mandantes do crime. O empresário Hugo Alves Pimenta, que teria intermediado a contratação de matadores de aluguel, também foi denunciado. Eles foram levados a júri popular duas vezes. O primeiro julgamento foi anulado. Na segunda votação, foram condenados a penas que variavam entre 31 e 65 anos de prisão.

Formada em jornalismo pelo Centro Universitário de Belo Horizonte (UniBH), Giullia Gurgel é repórter multimídia da Itatiaia. Atualmente escreve para as editorias de cidades, agro e saúde