Os governadores dos estados do Sul e do Sudeste assinaram neste sábado (21), durante encerramento do Cosud, em São Paulo, uma carta defendendo uma maior integração dos estados para o combate ao crime organizado.
A aliança, chamada pelo governador Romeu Zema (Novo) de “OTAN” do Cosud, prevê a criação de um gabinete integrado de segurança pública para combater as ações das facções criminosas.
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“A evolução da atuação criminal avança sobre as fronteiras dos estados e dos países, exigindo novas formas de atuação do poder público. Os problemas da criminalidade regional e o aumento progressivo do crime no país tem norteado as discussões dos estados do Sul e do Sudeste pelo eixo da governança e política criminal. O enfrentamento da criminalidade passa por medidas como compartilhamento e integração das bases de dados, pelo estabelecimento de um gabinete integrado de segurança e pela captação de recursos voltados para a segurança pública. Também será realizado o planejamento de operações conjuntas. Os governadores entendem ser fundamental a reforma do sistema de Justiça criminal brasileiro, com a alteração da legislação penal para aumentar o custo do crime no país”, diz a carta de São Paulo, assinada pelos governadores de Minas, São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina.
Ao falar da integração das forças de segurança dos sete estados que participam do Cosud, Zema fez uma comparação com a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) - aliança militar formada por vários países após a Segunda Guerra Mundial para a criação de um sistema de defesa coletivo.
“Friso a importância de trabalharmos juntos para combater a praga que é o crime organizado. Unindo forças teremos nossa Otan para entrar em ação assim que for visto qualquer foco de incêndio. Vamos transformar os nossos sete estados nos estados mais seguros do Brasil. É um trabalho que será construído com nosso esforço”, afirmou Zema.
Ação política
O governador de São Paulo, Tarcísio Freitas (PL), defendeu que os governadores atuem também politicamente para conseguir aprovar mudanças no Congresso Nacional voltadas para a área da segurança pública.
“A cooperação na segurança pública é fundamental, é um dos grandes desafios da sociedade hoje. Um crime cada vez mais estruturado e mais ousado, que rompeu há tempo as fronteiras, vai demandar de nós cooperação, coordenação, intercâmbio de informações, de base de dados, ações estruturadas, gabinete de governança e protagonismo político para que possamos atuar nas imperfeições da legislação penal. Esse grupo vai ter oportunidade de propor ao Congresso o aperfeiçoamento das ações de combate ao crime”, afirmou Tarcísio.