Enquanto vereadores de Belo Horizonte se preparam para votar, nesta quarta-feira (17), o projeto de lei (PL) que institui o Piso Nacional da Enfermagem na cidade, aliados do prefeito Fuad Noman (PSD) tentam fazer avançar, na Câmara Municipal, outras propostas consideradas prioritárias pelo Executivo.
Na lista de textos cuja aprovação é defendida pela base governista no Parlamento belo-horizontino, está, por exemplo, o projeto que autoriza empréstimo de cerca de R$ 800 milhões para custear a contenção de enchentes na Região de Venda Nova e, também, obras de urbanização na área da Ocupação Izidora.
Há, também, o projeto que trata do tempo de serviço dos servidores públicos municipais. A proposta permite que os dias entre 28 de maio de 2020 e 31 de dezembro de 2021 sejam tidos como período aquisitivo. A expectativa é que o texto seja votado na segunda-feira (23), em reunião extraordinária.
À frente das articulações para viabilizar a votação de projetos importantes para a Prefeitura de BH, está o vereador Bruno Miranda, do PDT. Ele cita, por exemplo, a necessidade de conseguir aval dos colegas à ideia do Executivo de usar prédios privados desocupados no Centro da cidade como moradias. É o chamado “retrofit”.
“Temos tentado, na medida do possível, dialogar com os vereadores da oposição. Estamos avançando com a pauta pouco a pouco. Nosso desejo é que possamos caminhar com esses projetos o quanto antes. O que não dá é, se o vereador ‘X’ tem uma demanda pontual na prefeitura e não foi atendido, que isso seja colocado como moeda de troca”, diz, à Itatiaia.
A votação desta quarta, do piso da enfermagem, será
Segundo o pedetista, a equipe de Fuad deseja avançar, ainda, no debate a respeito de uma política municipal para combater os efeitos das mudanças climáticas. Miranda afirma que, depois dos dias intensos vividos por vereadores, com embates públicos e análises de pedidos de cassação, houve uma “arrefecida” nos ânimos.
“Relação de respeito, da nossa parte, sempre teve. A gente está conseguindo dialogar melhor com os outros colegas”, garante, relatando conversas constantes com parlamentares da oposição e a Mesa Diretora do Legislativo.
A pauta de análises da Câmara tem, também, um PL que permite o uso de urnas eletrônicas em eleições do Conselho Tutelar belo-horizontino. Apesar disso, mesmo que o texto seja aprovado em dois turnos em tempo recorde,
‘Estamos acelerando muito’
O presidente da Câmara Municipal de BH, Gabriel Azevedo (sem partido), diz que as votações já estão acontecendo. Segundo ele, neste ano, o Legislativo conseguiu diminuir consideravelmente o número de projetos que precisavam ser analisados em plenário.
“Para um projeto vir a plenário, ele tem de passar nas comissões permanentes — geralmente, quatro. Só aí pode ser votado em primeiro turno. Ou os projetos já estão na pauta, como, por exemplo, o do retrofit no Centro ou outros em relação ao planejamento urbano, que devem ser votados no início de novembro. Outros estão contando com grande celeridade da Câmara Municipal,
De acordo com Gabriel, há interlocução permanente entre ele, Miranda e Wagner Ferreira (PDT), vice-líder do governo Fuad no Parlamento.
"(É) uma relação política. Projetos que estavam parados, talvez, desde 2014 ou 2015, foram tirados da gaveta e votados. Estamos acelerando muito. Existem alguns projetos que precisam de diálogo entre os vereadores e os líderes. Se isso acontecer com maior velocidade e cuidado, tenho certeza que o trâmite vai se acelerar”, projeta.