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Oposição e governo não constroem acordo, e votação de requerimentos é adiada na CPMI do 8/1

Presidente da CPMI, Arthur Maia (União-BA), indicou que só colocará requerimentos para votação se for aprovado o pedido de convocação do chefe da Força Nacional

Presidente Arthur Maia (União-BA) indicou que votação de requerimentos acontecerá na quinta-feira

Parlamentares de oposição e da ala governista não construíram um acordo sobre os nomes que serão ouvidos nas últimas sessões da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos atos antidemocráticos, e o presidente Arthur Maia (União-BA) decidiu adiar a votação dos requerimentos para quinta-feira (28). Ele indicou que não colocará os pedidos do governo para votação se não houver aprovação da convocação do diretor da Força Nacional de Segurança — principal solicitação dos integrantes da oposição.

Os parlamentares aliados ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que integram a oposição ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), são minoria na CPMI e necessitam da mediação de Arthur Maia. O presidente organiza acordos com governistas para garantir a representação dos dois lados na comissão.

Inicialmente, havia previsão de que a votação dos requerimentos ocorreria na sessão desta terça-feira (26). Entretanto, no início da reunião, Maia argumentou que não houve acordo e adiou a decisão para quinta-feira. “Quando cheguei pela manhã, parlamentares pediram para que, ao invés de colocar para votação hoje, que deixássemos para a próxima sessão para construir um acordo”, esclareceu. “Sempre procuro pelo acordo”, acrescentou.

Arthur Maia indicou que pautará primeiro para votação o requerimento que solicita a convocação do diretor da Força Nacional; se não for aprovado, os outros protocolados pela base governista não serão colocados para votação. Entre eles estão os pedidos de convocação do ex-presidente Jair Bolsonaro, da ex-primeira-dama Michelle e do almirante Almir Garnier, citado na delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid à Polícia Federal (PF).

Delação premiada de Mauro Cid. Informações adiantadas por O Globo sobre a colaboração premiada do braço-direito de Jair Bolsonaro na Ajudância de Ordens dão conta de que o militar relatou à Polícia Federal minúcias de um encontro entre o ex-presidente e a alta cúpula das Forças Armadas após a derrota na eleição no ano passado.

Na ocasião, de acordo com Cid, Bolsonaro propôs um golpe de Estado para permanecer à frente do Palácio do Planalto. O Exército, segundo Cid, declinou da sugestão. O almirante Almir Garnier, entretanto, teria colocado as tropas da Marinha à disposição do então presidente da República.

Repórter de política em Brasília. Na Itatiaia desde 2021, foi chefe de reportagem do portal e produziu série especial sobre alimentação escolar financiada pela Jeduca. Antes, repórter de Cidades em O Tempo. Formada em jornalismo pela Universidade Federal de Minas Gerais.