O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou, nesta terça-feira (19), que, sem reduzir a desigualdade, a “Agenda 2030” pode se tornar o maior fracasso da Organização das Nações Unidas (ONU).
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“Estamos na metade do período de implementação e ainda distantes das metas definidas. A maior parte dos objetivos de desenvolvimento sustentável caminha em ritmo lento”, acrescentou o presidente brasileiro.
“O imperativo moral e político de erradicar a pobreza e acabar com a fome parece estar anestesiado. Nesses sete anos que nos restam, a redução das desigualdades dentro dos países e entre eles deveria se tornar o objetivo-síntese da Agenda 2030”, completou.
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A Agenda 2030 é um plano global estabelecido pelos 193 estados-membros da ONU na Assembleia-Geral de 2015, no qual foram definidos 17 objetivos de desenvolvimento sustentável e 169 metas.
“No Brasil, estamos comprometidos a implementar todos os 17 objetivos de desenvolvimento sustentável, de maneira integrada e indivisível. Queremos alcançar a igualdade racial na sociedade brasileira por meio de um décimo oitavo objetivo que adotaremos voluntariamente”, disse Lula.
Assembleia da ONU
A Assembleia-Geral da ONU começou nesta terça-feira (19) com mais de 140 chefes de Estado e de governo participando presencialmente ou representados por diplomatas.
Os eventos do “Debate Geral” da Assembleia, com a presença de autoridades dos países membros da ONU, que acontece na sede da Organização, em Nova York, nos EUA, vão se estender até o próximo dia 26.
Lula chegou à cidade na noite de sábado (16) após participar da reunião de líderes do G77+China, em Cuba. O petista deverá permanecer nos Estados Unidos até quinta-feira (21).
Por que Lula é o primeiro a falar?
O Brasil foi um dos membros fundadores da ONU, em 1945, e é o país que abre os discursos da organização desde 1947. Não há um motivo formal para isso, mas, no meio diplomático, a deferência é ao importante trabalho do diplomata brasileiro Oswaldo Aranha, que presidiu a Assembleia-Geral em 1947.
Há também a tese de que o Brasil foi escolhido para abrir os trabalhos para evitar tensões entre os Estados Unidos e a então União Soviética, que começavam a ter uma relação conturbada durante a Guerra Fria. O Brasil era um país neutro.