O ex-juiz federal e atual senador Sergio Moro (União-PR) acusou o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de provocar um clima de “perseguição política” a quem participou da operação Lava Jato. Na última semana, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF),
Em entrevista à CNN, Moro disse estar receoso sobre eventuais punições a juízes e procuradores lavajatistas que poderiam vir na esteira da decisão do ministro.
“Eu tenho a consciência tranquila, mas existe um cenário de perseguição política, que é provocado pelo governo Lula. Se forem apuradas responsabilidades criminais porque a decisão de um juiz não foi mantida, estaremos caminhando para o fim da independência da magistratura, que é necessário para que tenhamos um Poder Judiciário e Ministério Público independentes”, afirmou.
“Nós vamos começar a punir juízes e procuradores por que proferiram decisões que anos depois foram revistas pelas instâncias recursais?”, questionou.
Moro voltou a defender o acordo de delação premiada feita por executivos da Odebrecht, em 2016, em meio à operação Lava Jato.
“Esse acordo foi muito comemorado e elogiado internacionalmente, na época. Foi o mario acordo de recuperação de valores roubados dos cofres da Petrobras, R$ 3 bilhões. E envolveu dezenas de procuradores, advogados, executivos da Odebrecht - e foi homologado pelo próprio Supremo”, afirmou.
O senador minimizou, no entanto, as acusações - presentes até mesmo na decisão de Toffoli - de que lavajatistas fizeram parte de um plano para ‘tomar o poder’. Juiz responsável pelas sentenças da operação, incluindo a condução do processo que resultou na prisão de Lula, Moro largou a magistratura e foi nomeado ministro da Justiça pelo então presidente Jair Bolsonaro.
“Eu acabei sendo ministro, mas isso não tem nada a ver com o trabalho feito lá atrás”, disse.