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Assembleia vota criação de programa para combater violência política contra mulheres

Programa de Enfrentamento ao Assédio e Violência Política contra a Mulher entra na pauta do plenário da ALMG

Deputadas foram ameaçadas de morte e ‘estupro corretivo'; ALMG pode aprovar programa de enfrentamento à violência política

Em meio à ameaças sofridas por deputadas estaduais nos últimos dias, a Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) vota nesta quarta-feira (29) a criação do Programa de Enfrentamento ao Assédio e Violência Política contra a Mulher. O projeto é assinado por quatro parlamentares - Leninha, Andréia de Jesus e Beatriz Cerqueira, todas do PT, além de Ana Paula Siqueira (Rede).

O Programa tem como objetivo fortalecer a prevenção e o enfrentamento aos atos individuais ou coletivos de assédio ou outras formas de violência política contra mulheres para que elas possam ter assegurado o pleno exercício de seus direitos políticos. Para isso, o texto define a violência política como “qualquer ação, comportamento ou omissão, individual ou coletiva, com a finalidade de impedir ou restringir o exercício do direito político pelas mulheres”.

De acordo com o texto, que ainda precisa ser votado por deputadas e deputados estaduais em plenário, todas as esferas de poder devem desenvolver políticas para erradicar todas as formas de violência contra as mulheres. O Programa também prevê punição a ações que possam ser consideradas como assédio ou violência política.

O presidente da Assembleia, deputado Tadeu Martins Leite (MDB) disse que o objetivo é “assegurar o pleno exercício das atribuições das mulheres na política”.

“Não podemos aceitar que o Parlamento seja, de certa forma, agredido através agressões aos seus deputados e deputadas. Uma das respostas é esse projeto para a gente criar essa política de combate a esses problemas que estamos vivendo, infelizmente, em Minas Gerais mas também em todo o Brasil. Não podemos aceitar isso. É uma posição firme do parlamento”, disse ele em entrevista a Itatiaia.

Escolta e ‘desconforto’

Nos últimos dias, duas deputadas estaduais - Bella Gonçalves (Psol) e Lohanna França (PV) denunciaram ter recebido e-mails com ameaça de morte e de “estupro corretivo”. Outras duas vereadoras de Belo Horizonte, Cida Falabella e Iza Lourença, ambas do Psol, também registraram ameaças semelhantes.

À Itatiaia, a deputada Lohanna França confirmou que está sendo escoltada pela Polícia Militar 24 horas por dia e deu detalhes de como as ameaças mudaram drasticamente a sua rotina. Uma das mudanças é que a agenda da parlamentar deve ser enviada todos os dias aos policiais, que a acompanham de manhã à noite.

“Estamos com escolta, o que é um desconforto para nós e para os policiais. Tenho muito respeito pela Polícia Militar e pela Polícia Civil, mas a gente entende que a polícia, principalmente a Civil, deveria se debruçar sobre as investigações, principalmente porque essas ameaças não são as primeiras. E se a Polícia Civil não conseguir garantir que vão encontrar os culpados vai haver uma banalização do ódio e de coisas muito sérias, que são ameaças de estupro de morte”, afirmou.

Editor de política. Foi repórter no jornal O Tempo e no Portal R7 e atuou no Governo de Minas. Formado em Comunicação Social pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), tem MBA em Jornalismo de Dados pelo IDP.
Repórter de política na Rádio Itatiaia. Começou no rádio comunitário aos 14 anos. Graduou-se em jornalismo pela PUC Minas. No rádio, teve passagens pela Alvorada FM, BandNews FM e CBN, no Grupo Globo. No Grupo Bandeirantes, ocupou vários cargos até chegar às funções de âncora e coordenador de redação na BandNews FM BH. Na televisão, participava diariamente da TV Band Minas e do BandNews TV. Vencedor de 8 prêmios de jornalismo. Já foi eleito pelo Portal dos Jornalistas um dos 50 profissionais mais premiados do Brasil.