O Sindicato dos Jornalistas do Distrito Federal pediu nesta terça-feira (29) uma audiência com o deputado Arthur Maia (União-BA) para discutir a cassação da credencial do fotógrafo Lula Marques, da Empresa Brasil de Comunicação (EBC). O repórter fotográfico foi proibido de participar das sessões da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro após fotografar uma conversa no WhatsApp do senador Jorge Seif (PL-SC).
Além de cassar a credencial de Lula Marques, Maia ainda assinalou uma série de mudanças sobre a cobertura jornalística da CPMI do 8/1; entre as novas determinações está a proibição de que repórter façam imagens ou divulguem documentos de ‘conteúdo privado’ de membros da comissão.
Entenda. Na última quinta-feira (24), o fotógrafo Lula Marques registrou uma conversa no WhatsApp entre o senador Jorge Seif e uma repórter. Nas mensagens, a jornalista perguntava ao político sobre a operação da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) contra o assessor dele — e filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) — Jair Renan Bolsonaro. A imagem foi publicada nas redes sociais do repórter fotográfico.
A Empresa Brasil de Comunicação (EBC) se posicionou em nota sobre a cassação da credencial de Lula Marques e classificou a decisão do deputado Arthur Maia, que preside a CPMI, como “autoritária e injustificável”. “Por isso, peço ao presidente da CPMI, deputado Arthur Maia, que reconsidere o descredenciamento do profissional (...). Informo que, caso a decisão não seja revista, a empresa não irá designar outro profissional para a cobertura fotográfica da CPMI”, declarou Hélio Doyle, diretor-presidente da EBC.