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Ministro de Lula, Rui Costa deve depor à CPI do MST na próxima quarta-feira (9)

Convocação do ministro Rui Costa, da Casa Civil, gerou intensas discussões entre oposição e governistas na CPI do MST na última terça-feira (1º), na Câmara dos Deputados

Oposição pretende desgastar braço-direito de Lula, ministro Rui Costa, durante depoimento na CPI do MST

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga invasões do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) tomará o depoimento do chefe da Casa Civil e braço-direito do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), ministro Rui Costa (PT), nos próximos dias.

A previsão é que a oitiva aconteça na quarta-feira (9) à tarde no plenário da Câmara dos Deputados e seja uma das mais disputadas entre parlamentares de oposição e governistas, que têm protagonizado fortes bate-bocas nas últimas sessões. À mesma data, também deve ser ouvido o ministro Paulo Teixeira (PT), do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiares.

Convocação de Rui Costa aprovada em meio a polêmicas

A aprovação da convocação do ministro Rui Costa aconteceu na última terça-feira (1º) por 14 votos a 10, fruto de uma ofensiva da oposição contra o governo Lula e parlamentares da situação na Câmara dos Deputados. O pedido para obrigar o ministro a ir à CPI do MST é de autoria do relator da comissão, o ex-ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles (PL-SP).

Vice-líder da maioria na Casa, a deputada Gleisi Hoffmann (PT-SP) classificou a comissão como “CPI do Fim do Mundo”, criticou a convocação de Rui Costa e declarou não haver justificativa legal para obrigá-lo a comparecer à Câmara. “Não tem lógica que o ministro venha a uma CPI sem objeto. Virou a CPI do Fim do Mundo. É uma tragédia. Queremos que tenha minimamente legalidade nos atos dessa CPI, que nasceu para criminalizar um movimento social”, disse.

À contramão, Ricardo Salles indicou que obrigar o ministro Rui Costa a ir à CPI responder às perguntas dos parlamentares é explicável pelo fato da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) estar sob o guarda-chuva da Casa Civil e deveria ter evitado as invasões ocorridas em abril passado. “Convocamos Gonçalves Dias, ministro do GSI [Gabinete de Segurança Institucional], que cuidava da Abin entre janeiro e março. Agora, devemos convocar o ministro responsável desde abril. Portanto, é a mesma lógica: se convocamos o então chefe do GSI para explicar o que foi feito para evitar invasões, devemos convocar quem assumiu a Abin desde abril”, detalhou.

Repórter de política em Brasília. Na Itatiaia desde 2021, foi chefe de reportagem do portal e produziu série especial sobre alimentação escolar financiada pela Jeduca. Antes, repórter de Cidades em O Tempo. Formada em jornalismo pela Universidade Federal de Minas Gerais.