O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), calcula que cerca de dois milhões e meio de brasileiros terão os
Até o início da noite, os principais bancos do país aceitaram participar — Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil, Bradesco, Santander, Itaú, Inter e PicPay; eles reúnem cerca de
“O Nubank é o único banco em dúvida se aderia ou não ao programa, isto porque ter crédito presumido como contrapartida não é uma grande vantagem para ele. Se o Nubank aderir, dois milhões e meio de brasileiros vão ser beneficiados. Se não, um milhão de CPFs hoje negativados serão contemplados”, detalhou o ministro em coletiva de imprensa no auditório da Fazenda, nesta tarde de segunda-feira.
O que significa? A primeira etapa do Desenrola inaugurada nesta segunda-feira privilegiará a desnegativação de dívidas no valor de até R$ 100. O assessor da Secretaria de Reformas Econômicas do Ministério da Fazenda, Alexandre Ferreira, detalhou que a medida garantirá que os devedores não sofram com os prejuízos da inadimplência até ter condições de quitar o débito.
“Desnegativar pessoas com dívidas de até R$ 100 é um pré-requisito para os bancos fazerem a adesão ao programa. Nós entendemos ser desproporcional alguém ser penalizado com restrições tão sérias em função de uma dívida menor que R$ 100', afirmou. “Na prática, o efeito da negativação cai automaticamente. Restrições nos contratos de aluguel, por exemplo, caem. A dívida continua em termos contáveis, mas os efeitos da negativação são suspensos e o banco não pode voltar a negativar o cliente por aquela dívida”, esclareceu.
Leia também:
Saiba quem pode participar do Desenrola, programa para renegociação de dívidas Tire-dúvidas sobre o Desenrola com cinco perguntas e respostas sobre o programa
Desenrola Brasil: saiba como será a primeira etapa
Além de contemplar as pessoas com dívidas de até R$ 100 e que serão desnegativadas pelas instituições bancárias, esta primeira etapa do Desenrola Brasil permitirá a renegociação de débitos de qualquer valor entre clientes que compõem a Faixa 2 — ou seja, com renda de até R$ 20 mil — diretamente com os bancos.
“A etapa iniciada hoje é a renegociação direta. Assim, o cliente deve entrar em contato diretamente com o banco, principalmente pela internet, para renegociar. A cada R$ 1 de desconto da dívida que o banco oferecer, o governo ofertará R$ 1 em crédito presumido para o banco”, detalhou Ferreira. Para garantir as operações, o Ministério da Fazenda aportou R$ 50 bilhões em crédito presumido.
Segunda etapa do Desenrola começará em setembro
A segunda parte do programa Desenrola Brasil deve começar apenas em setembro e contemplará também os brasileiros inscritos na Faixa 1 — aqueles com rendas inferiores a dois salários mínimos e cadastrados no CadÚnico. Nesta etapa a prioridade não será o acerto com os bancos, mas a renegociação de outras dívidas. “Hoje priorizamos as transações de natureza bancária. Mas, na segunda etapa contemplaremos o sistema não financeiro, que são as dívidas com contas de energia elétrica, por exemplo, ou carnês em lojas varejistas”, pontuou o secretário Alexandre Ferreira.
Nestas condições, a renegociação acontecerá diretamente no site do Governo Federal por meio de um cadastro feito pelo consumidor no sistema gov.br.