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Novos editais do Mais Médicos têm vagas para atender população de rua e territórios indígenas

Lei que cria o programa foi sancionada nesta sexta-feira (14) e prevê incentivos para médicos brasileiros que quiserem atuar em áreas remotas do país

O Ministério da Saúde abriu novos editais do Mais Médicos nesta sexta-feira (14) mirando a contratação de profissionais para atuação em territórios indígenas, em presídios e em consultórios de rua. A previsão da ministra Nísia Trindade é que 15 mil vagas sejam preenchidas até dezembro, sendo 10 mil delas no modelo de coparticipação dos municípios — que custeiam alimentação e moradia dos médicos enviados pelo programa.

“Primeiro abrimos o edital para 5.900 vagas, e 34 mil médicos se inscreveram. Foi um recorde. Hoje, são 3.600 médicos em atividade no país e temos outros editais abertos. A nova versão do Mais Médicos é uma realidade”, declarou durante cerimônia de sanção da lei que regulamenta o programa, no Palácio do Planalto, nesta manhã.

Criado em 2013 durante o governo Dilma Rousseff (PT) em meio às críticas da oposição pela contratação de médicos cubanos para atuar em áreas longínquas do país, o Mais Médicos foi encerrado por determinação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) seis anos depois. A prioridade da versão reformulada será garantir a presença de profissionais brasileiros nos lugares remotos do país e nas periferias onde reside a população mais vulnerável, conforme defendeu o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no evento.

“Nunca imaginei que algum presidente pudesse dizer: ‘acabarei com esse programa porque tem muito comunista trabalhando na periferia desse país”, disparou. “Agora, o Mais Médicos vem para ficar em definitivo e para transformar o padrão de saúde desse país. Ele não é meu, não é da Nísia, é nosso. Precisa ser nosso. Se não for, acabam com ele”, declarou Lula, que também pregou a necessidade de ‘atendimento médico decente’ no Brasil.

Como estratégia para continuidade do programa e para cobrir os buracos no atendimento primário à saúde, o Ministério da Saúde indicou que a abertura dos novos editais privilegiará os médicos que se dispuserem a atender as populações mais vulneráveis. São 111 vagas para médicos que quiserem seguir para os consultórios de rua — ou seja, atendimento voltado às pessoas em situação de rua. Outras 145 vagas são dedicadas a atendimento nos presídios do país. Por fim, o programa dispõe de 59 vagas para profissionais que queiram atuar em territórios indígenas.

Os municípios para os quais os médicos serão enviados vão ser escolhidos a partir da adesão das próprias prefeituras ao Mais Médicos. O Ministério da Saúde informou que o cronograma com as possíveis cidades de atuação para os profissionais interessados nas três categorias — consultório de rua, sistema prisional e territórios indígenas — será divulgado nas próximas semanas.

Um último edital também foi aberto para reposição de 1.232 vagas nos municípios que aderiram anteriormente ao programa.

Repórter de política em Brasília. Na Itatiaia desde 2021, foi chefe de reportagem do portal e produziu série especial sobre alimentação escolar financiada pela Jeduca. Antes, repórter de Cidades em O Tempo. Formada em jornalismo pela Universidade Federal de Minas Gerais.
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