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Três dias após operação, partido de Marcos do Val decide manifestar apoio

Inicialmente, Podemos disse que não comentaria, mas saiu em defesa de senado, alvo da PF na última semana

Marcos do Val foi alvo de operação, inclusive em seu gabinete no Senado Federal

Cerca de 72 horas depois de a Polícia Federal entrar no gabinete e em outros endereços ligados ao senador Marcos do Val, o seu partido - o Podemos - decidiu se manifestar a respeito. No dia da operação, na última quinta-feira (15), a legenda disse a veículos de imprensa que não emitiria opinião sobre o caso.

Na nota divulgada neste domingo (18), o Podemos diz que Marcos do Val tem “notória lisura e retidão em seus atos” e que é reconhecido como um “parlamentar combativo”.

“O Podemos manifesta seu apoio ao senador Marcos do Val (ES) que foi alvo de busca e apreensão nesta última semana.

O partido acompanha de perto a ação, confiando na segurança jurídica necessária para o esclarecimento dos fatos”, diz trecho da nota oficial.

Ainda segundo o comunicado, o Podemos segue disponibilizando apoio técnico e jurídico ao parlamentar.

A nota tardia e em tom protocolar adotada pelo partido não foi à toa. Uma fonte ligado ao Podemos disse à reportagem que o senador esteve para sair da legenda alguns meses - quando sua migração para o PL não deu certo - e que sequer comparece às reuniões de praxe.

“Não vejo sintonia partidária”, revelou.

Operação contra Marcos do Val

O senador capixaba Marcos do Val foi alvo de operações de busca e apreensão na última semana, por parte da Polícia Federal. A ordem de cumprimento dos mandados foi assinada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.

Dentre os endereços que foram alvo da PF na última quinta (15), estão: o gabinete do parlamentar no Senado, seu apartamento funcional em Brasília e outro imóvel em Vitória (ES). O senador estava na capital do Espírito Santo na ocasião.

Na operação, agentes da PF apreenderam documentos e celulares ligados a Marcos do Val.

Dois dias antes, o senador publicou, em sua conta no Twitter, documentos secretos relacionados a relatórios da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) sobre alertas que teriam sido remetidos a órgãos do governo federal em ocasião dos atos realizados por bolsonaristas em 8 de janeiro deste ano.

Moraes abriu investigação contra Marcos do Val

Em fevereiro deste ano, Moraes abriu investigação contra Marcos do Val depois que ele revelou a existência de um suposto plano golpista que teria a participação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e do ex-deputado federal Daniel Silveira (PTB-RJ). A “operação” foi revelada em uma ‘live’ publicada pelo próprio Do Val logo horas depois da eleição para a Presidência do Senado.

Na ocasião, o senador revelou que foi discutido um plano para que ele pudesse grampear Alexandre de Moraes. O objetivo seria conseguir “confissões” do ministro sobre sua atuação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e, dessa forma, comprometer o ministro do STF.

O parlamentar, no entanto, deu diversas versões distintas sobre o fato e eximiu qualquer responsabilidade de Bolsonaro no caso.

Editor de política. Foi repórter no jornal O Tempo e no Portal R7 e atuou no Governo de Minas. Formado em Comunicação Social pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), tem MBA em Jornalismo de Dados pelo IDP.
Edilene Lopes é jornalista, repórter e colunista de política da Itatiaia e podcaster no “Abrindo o Jogo”. Mestre em ciência política pela UFMG e diplomada em jornalismo digital pelo Centro Tecnológico de Monterrey (México). Na Itatiaia desde 2006, já foi apresentadora e registra no currículo grandes coberturas nacionais, internacionais e exclusivas com autoridades, incluindo vários presidentes da República. Premiada, em 2016 foi eleita, pelo Troféu Mulher Imprensa, a melhor repórter de rádio do Brasil.