O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) comemorou a retomada das relações diplomáticas com a Venezuela, após o rompimento em 2019, durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
A última vez em que o presidente venezuelano esteve no Planalto, foi em primeiro de janeiro de 2015, na posse da presidente Dilma Rousseff (PT). Em pronunciamento no Palácio do Planalto, Lula reforçou a importância das relações comerciais com a Venezuela, que chegaram a US$ 6 bilhões em 2013, mas que reduziu, no ano passado, para US$ 1,7 bilhão.
“Queria dizer da alegria desse momento histórico que estamos vivendo agora. Depois de oito anos o presidente Maduro volta a visitar o Brasil e nós recuperamos o direito de fazer política de relações internacionais com a seriedade que sempre fizemos, sobretudo com os países que fazem fronteira com o Brasil. A Venezuela sempre foi um parceiro excepcional para o Brasil. Mas por conta de contingências políticas e equívocas, o Maduro ficou muito temo sem vir ao Brasil e o Brasil sem ir na Venezuela”, afirmou Lula.
Ainda em seu discurso, Lula classificou o opositor de Maduro, Juan Guaidó como “impostor”, e revelou que chegou a brigar com representantes dos Estados Unidos e da União Europeia em defesa do governo de Nicolás Maduro.
“Eu briguei muito com companheiros sociais democratas, com governos europeus e Estados Unidos, achava a coisa mais absurda do mundo, para as pessoas que defendem a democracia, negarem que você seja presidente da Venezuela, tendo sido eleito pelo povo, e um cidadão eleito para ser deputado fosse reconhecido como presidente da Venezuela”, afirmou Lula
Lula defendeu que a relação entre os dois países pode abranger como ciência e tecnologia, defesa, com a integração das Forças Armadas para atuar na fronteira no combate ao narcotráfico, além de questões ligadas à Educação, com o intercâmbio cultural.
Encontro reservado
O presidente Lula se reuniu, de forma reservada, com o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, e depois, teve um encontro ampliado, já com as presenças de diversos ministros, incluindo o do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o de Minas e Energia, Alexandre Silveira.
No encontro, Lula e Maduro trataram da volta das relações bilaterais, iniciada em 1 de janeiro, incluindo a reabertura das respectivas embaixadas e também das eleições previstas para o ano que vem, na Venezuela.
Na terça-feira (29), o presidente Lula vai receber 10 presidentes de países da América do Sul, além de um representante do governo do Peru. Nessa agenda, que vai ocorrer no Palácio do Itamaraty, Lula deve tratar do fortalecimento da UNASUL, que é a União de Nações Sul-Americanas, que foi criada em 2008, durante o segundo mandato do presidente Lula. Em 2010, a UNASUL contava com 12 países, incluindo o Brasil, mas o nosso país deixou o bloco, em 2019, durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro.
O Objetivo da UNASUL é fomentar a integração entre os países, em um modelo que busca integrar as duas uniões aduaneiras do continente, o MERCOSUL e a Comunidade Andina.