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Eliziane: ‘Mulheres não tinham assento na CPI da Pandemia; hoje, estão na relatoria da CPMI’

Relatora da comissão que vai investigar os atos de 8 de janeiro celebrou a participação feminina no comitê; ela prometeu voz a parlamentares de diferentes correntes ideológicas

Relatora da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos atos antidemocráticos de 8 de janeiro, a senadora Eliziane Gama (PSD-MA) celebrou, nesta quinta-feira (25), o fato de a responsabilidade de construir o texto final a respeito da investigação ser designado a uma mulher.

Em seu primeiro discurso após a escolha dos postos estratégicos do comitê, Eliziane lembrou de articulações mantidas pela bancada feminina do Senado Federal em 2021. Sem representantes na formação titular da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia, as senadoras fizeram um rodízio para acompanhar os trabalhos e, também, ter poder de voz durante as tomadas de depoimentos e debates.

“A gente sequer tinha assento na CPI da Pandemia. Hoje, as mulheres estão aqui na relatoria de uma das mais importantes CPIs do Congresso. Isso significa, mulheres, que nós podemos”, disse.

Durante a fala da parlamentar maranhense, houve interrupções. A deputada federal Erika Hilton (Psol-SP) cobrou respeito a Eliziane por parte dos colegas homens.

“As mulheres são duas vezes mais interrompidas do que os homens. Essa é uma prática que, infelizmente, nós, mulheres, acompanhamos todos os dias”, lamentou a relatora.

Entre as mulheres do corpo titular da CPI, está a deputada federal Duda Salabert, do PDT de Minas Gerais.

Plano de trabalho será divulgado em breve

Eliziane Gama prometeu apresentar o plano de trabalho da CPMI na próxima reunião do comitê. Embora a base aliada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tenha a maioria das vagas do colegiado, ela prometeu dar espaço à oposição.

“Será uma proposta que vai representar a maioria deste colegiado, ouvindo, também, as minorias, pois compreendemos que o processo democrático de direito se faz com o contraditório”, garantiu.

A senadora chamou as invasões aos prédios dos três Poderes da República, em Brasília (DF), de “um dos atos mais terríveis da história brasileira”.

“Houve uma tentativa de golpe, mas não conseguiram o golpe. Todos nós aqui somos contra o que aconteceu, independentemente do que é base ou do que é oposição. Todos temos o objetivo de garantir, ao Brasil, uma democracia cada vez mais forte e firme”, falou.

O presidente da CPMI será o deputado federal Arthur Maia (União Brasil-BA). Eleito por aclamação, ele terá os senadores Cid Gomes (PDT-CE) e Magno Malta (PL-ES) como vice-presidentes.

Graduado em Jornalismo, é repórter de Política na Itatiaia. Antes, foi repórter especial do Estado de Minas e participante do podcast de Política do Portal Uai. Tem passagem, também, pelo Superesportes.
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