Ouvindo...

‘Aqui não é delegacia; se comporte como senador’, diz Otto a Marcos do Val na CPMI

Senadores travaram bate-boca durante reunião de instalação da comissão que vai investigar atos antidemocráticos de 8 de janeiro

Senador da Bahia presidiu interinamente a CPMI de 8 de janeiro

O senador Otto Alencar (PSD-BA), que presidiu interinamente a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos atos antidemocráticos de 8 de janeiro nesta quinta-feira (25), deu uma bronca no também senador Marcos do Val (Podemos-ES) durante a primeira reunião do comitê. A confusão ocorreu após do Val interromper um momento de fala do congressista Eduardo Girão (Novo-CE).

“Aqui não é delegacia de polícia. Aqui é o Senado Federal. Se comporte como senador. Vossa excelência se comportou como senador em outras datas”, disse Otto, em direção ao parlamentar do Podemos. O pessedista recebeu aplausos dos colegas.

Antes, Marcos do Val havia criticado a escolha da senadora Eliziane Gama (PSD-MA) para relatar a investigação. O senador capixaba acusou Eliziane de ser “extremamente ligada” ao ministro da Justiça, Flávio Dino (PSB), na mira dos parlamentares de oposição que compõem a CPMI.

Vice-líder do Podemos no Senado, do Val chamou de “inadequada” a designação de Eliziane para a relatoria.

O embate em torno da escolha da senadora do Maranhão fez com que Omar Aziz (BA), líder do PSD, entrasse no debate. Ele pediu a palavra para defender a correligionária.

“Diferentemente de outras pessoas convidadas para gravar até ministro (Alexandre de Moraes, do STF) para dar um golpe, a senadora Eliziane não tem nada que se possa dizer, em seu currículo, que tenha participado de algum ato que desabone sua conduta como senadora e como mulher”, alfinetou, em menção a um suposto plano golpista que envolver Marcos do Val e o entorno do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Bate-boca tem ‘tempero’ mineiro

Durante os minutos de ânimos acirrados no Congresso Nacional, o deputado federal Rogério Correia, do PT de Minas Gerais, acusou Marcos do Val de tentar impedir a instalação do comitê que vai apurar os atos antidemocráticos.

“Se o som dele ficar ligado, a CPMI não vai acontecer”, protestou.

Após Otto Alencar comandar o início dos trabalhos, o deputado federal Arthur Maia (União Brasil-BA) foi eleito presidente do colegiado. Os senadores Cid Gomes (PDT-CE) e Magno Malta (PL-ES) são os vice-presidentes.

Graduado em Jornalismo, é repórter de Política na Itatiaia. Antes, foi repórter especial do Estado de Minas e participante do podcast de Política do Portal Uai. Tem passagem, também, pelo Superesportes.