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Sessão com Haddad na Câmara tem troca de xingamentos e acusações; veja vídeos

Deputados da base do governo Lula e de oposição trocaram xingamentos durante audiência com ministro Fernand Haddad

Sessão com ministro Fernando Haddad

A sessão conjunta das comissões de Desenvolvimento Econômico e de Finanças e Tributação para ouvir o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), foi marcada por troca de xingamentos e acusações entre os parlamentares.

A reunião, que acontece nesta quarta-feira (17), na Câmara dos Deputados, reuniu as principais lideranças do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

O ministro da Fazenda foi questionado pelo deputado Kim Kataguiri (União Brasil-SP) sobre a suposta destinação de emendas para atender demandas da base governista.

“Tem um debate, que não sei se é esse que o deputado Kim propõe, mas o valor total das emendas é de R$ 40 bilhões hoje, viu deputado Kim. Entre emendas individuais e impositivas, de comissão, de RP2, estamos falando de R$ 40 bilhões. É quase meio por cento do PIB. Acho que deveríamos abrir um debate sobre como canalizar esses recursos para projetos estratégicos. Nós teríamos todo o interesse em fazer esse debate. Pegar todas as emendas e ver o que é melhor fazer com esses R$ 40 bilhões”, afirmou Haddad.

Governo Dilma

O ministro foi questionado sobre ações do governo petista de Dilma Rousseff e afirmou que a instabilidade do país nos últimos anos se deveu pela “sabotagem feita na Câmara contra a ex-presidente”. “A partir de 2015, com um companheiro seu Kim, Eduardo Cunha, aquela bagunça que ele fez foi um assassinato da República. Eram pautas bombas. Para cada medida que se mandava, ampliava-se a lista de desonerações”, afirmou Haddad.

O deputado Kim Kataguiri pediu direito de resposta e criticou ações dos governos petistas. “Em relação às política de renúncia fiscal do governo Dilma, não faz sentido argumentar que foi iniciado pela Câmara, porque a Câmara, em 2011, quando isso começou, era comandada por um presidente petista, o Marcos Maia”, afirmou.

O deputado Nikolas Ferreira (PL) também teve embates com Haddad durante a sessão e reclamou que o ministro não respondeu a suas perguntas.

“O senhor não respondeu nada, pelo menos minhas perguntas. Acho que o senhor pode ter esquecido. A fala mansa, é impressionante, quase que me convence. Parece que o Brasil está excelente, não parece que a taxa de desemprego está pior, com déficit desde fevereiro”, afirmou Nikolas Ferreira.

Críticas a Bolsonaro

Em outro momento de tensão na reunião, o ministro Haddad fez duras críticas ao ex-presidente Bolsonaro e gerou bate-boca entre os deputados.

O deputado Evair Vieira de Mello (PP-ES) questionou dados apresentados por Haddad e disse que o ministro “não é especialista” na área econômica. “A análise que o senhor faz do Banco Central é uma análise rasa”, disse o deputado.

“Deputado Evair, com todo respeito, acho seu conceito de limitação muito diferente do meu. O senhor acha o Bolsonaro uma pessoa pouco limitada, eu acho que talvez seja a pessoa mais limitada que conheci em minha vida ...”, disse Haddad, que foi interrompido pelos deputados da oposição.

Após bate boca entre deputados, o ministro voltou a falar, mas os xingamentos continuaram. “Para completar, acho que o conceito de limitação é bem diferente ...”, e foi novamente interrompido. “Acredito que um país que tem 2,7% da população mundial e tem um presidente responsável por 11% das mortes por Covid não deveria estar falando com ninguém, não tem moral para isso”, afirmou Haddad.

“Acho que você deveriam se limitar ao debate que está aqui. Vamos passar essa, que ofensas pessoais não vão nos levar a lugar nenhum”, continuou o ministro.

Editor de Política. Formado em Comunicação Social pela PUC Minas e em História pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Já escreveu para os jornais Estado de Minas, O Tempo e Folha de S. Paulo.
Repórter da Itatiaia desde 2018. Foi correspondente no Rio de Janeiro por dois anos, e está em Brasília, na cobertura dos Três Poderes, desde setembro de 2020. É formado em Jornalismo pela FACHA (Faculdades Integradas Hélio Alonso), com pós-graduação em Comunicação Eleitoral e Marketing Político.