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CNJ vai investigar desembargador acusado de vender sentenças para traficantes

O desembargador Cândido Ribeiro foi alvo de operação que investiga célula criminosa acusada de tráfico internacional de drogas

Desembargador Cândido Ribeiro é acusado de vender sentenças para traficantes de drogas

O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) abriu uma investigação contra o desembargador federal Cândido Ribeiro, alvo de uma operação policial nesta semana por venda de sentenças judiciais para traficantes de drogas. O magistrado atua no Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1).

De acordo com o corregedor, ministro Luis Felipe Salomão, o magistrado é suspeito de envolvimento em diversos crimes, como corrupção ativa, organização criminosa voltada para o tráfico internacional de drogas, lavagem de dinheiro e delitos contra o sistema financeiro.

O ministro solicitou à Polícia Federal que compartilhe em até 15 dias as provas colhidas contra o desembargador Cândido Ribeiro durante as operações “Habeas Pater” e “Flight Level 2", que tiveram o magistrado como alvo.

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Para Salomão, é preciso investigar, na esfera administrativa, “se as imputações feitas ao desembargador Cândido Ribeiro têm efetivo reflexo em sua atuação, a macular o previsto na Constituição Federal, na Loman [Lei Orgânica da Magistratura] e no regramento traçado por este Conselho”.

Desembargador é suspeito de vender sentenças para traficantes

O desembargador Cândido Ribeiro foi alvo da operação “Habeas Pater”, deflagrada nesta semana. Conforme informações da Polícia Federal, o desembargador e o filho são suspeitos de ligação com investigados de outra operação, a “Flight Level 2”, com autorização da 3ª Vara Federal Criminal da Subseção Judiciária de Belo Horizonte.

Esta segunda operação investiga os crimes de tráfico de drogas, formação de organização criminosa e lavagem de dinheiro. Foram cumpridos mandados de prisão e busca e apreensão em diversos endereços de Belo Horizonte, Brasília (DF) e São Luís (MA).

Além do cumprimento de 25 mandados de busca e apreensão, também foram expedidos 10 mandados de prisão (cinco temporárias e cinco preventivas), 17 mandados de sequestro de veículos de luxo e de sete imóveis, bloqueio de contas bancárias e criptoativos de 34 pessoas e empresas.

As investigações apontaram que os envolvidos seriam, na verdade, uma “célula” de uma organização criminosa maior, voltada ao tráfico internacional de drogas, lavagem de dinheiro e crimes financeiros.

Editor de política. Foi repórter no jornal O Tempo e no Portal R7 e atuou no Governo de Minas. Formado em Comunicação Social pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), tem MBA em Jornalismo de Dados pelo IDP.