Ouvindo...

PGR se manifesta sobre situação de 164 pessoas presas por envolvimento em atos golpistas

Presos acusados de crimes menos graves poderão ter prisão convertida em medidas cautelares

Há um mês, apoiadores de Bolsonaro invadiram sede do STF em Brasília

A Procuradoria-Geral da República (PGR) se manifestou sobre os pedidos das defesas de 164 pessoas presas por envolvimento nos atos golpistas de 8 de janeiro, em Brasília. Na ocasião, apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) deixaram o acampamento montado em frente ao QG do Exército, na capital federal, invadiram e destruíram as sedes dos Poderes Executivo, Judiciário e Legislativo.

O subprocurador-geral da República Carlos Frederico Santos dividiu os detidos em dois grupos, conforme as penas imputadas a cada um deles.

No caso das pessoas investigadas por incitação à prática de crime e associação criminosa - cujas penas são menores que quatro anos de reclusão - a PGR se manifestou no sentido de não corroborar com a manutenção da prisão preventiva e pediu a substituição da prisão por outras medidas cautelares.

Caso a Justiça acolha o pedido da PGR, os envolvidos que se enquadram nestes casos deverão comparecer periodicamente em juízo e não podem se aproximar de instalações militares ou mesmo da Praça dos Três Poderes, onde ocorreram os atos. A PGR tamb[em pediu para que eles não mantenham contato com outros investigados e ficariam impedidos de acessar redes sociais.

No caso dessas pessoas, inclusive, segundo a PGR, não há provas de que elas tenham invadido os prédios do Congresso, do STF e o Palácio do Planalto.

O outro grupo de pessoas, que foram identificadas na invasão, respondem a crimes mais graves, como golpe de Estado e tentativa de abolição do estado democrático de Direito, dentre outros. Nesses casos, a PGR opinou pela manutenção da prisão preventiva.

“A liberdade desses agentes gera perigo concreto à garantia da ordem pública, à instrução criminal e, em última análise, à própria aplicação da lei penal ou, em outras palavras, à eficácia e à efetividade do sistema de Justiça criminal”, afirmou o subprocurador.

Editor de política. Foi repórter no jornal O Tempo e no Portal R7 e atuou no Governo de Minas. Formado em Comunicação Social pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), tem MBA em Jornalismo de Dados pelo IDP.