O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que o ministro da Defesa, José Múcio, vai continuar à frente da pasta. Múcio sofre críticas por parte de aliados do Palácio do Planalto e do PT por supostamente ter buscado uma conciliação com as pessoas que estavam acampadas em frente ao Quartel General do Exército.
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Em café da manhã com jornalistas nesta quinta-feira (12) em Brasília, o presidente afirmou que não decretou uma GLO (Garantia da Lei e da Ordem) após as invasões das sedes dos Três Poderes por “desconfiança” sobre como seria a postura dos militares.
“Quem coloca e tira ministro é o presidente da República. O José Múcio foi eu quem trouxe para cá e ele vai continuar sendo meu ministro. Eu confio nele. É um companheiro da minha relação histórica, tenho profundo respeito por ele e ele vai continuar. Se eu tiver que tirar um ministro toda hora que comete um erro, vai ser a maior rotatividade de mão de obra da história do Brasil, porque todo mundo comete erros. Ele vai continuar, o que está havendo é especulação.
Nomeado por Lula para distender a relação do novo governo com as Forças Armadas, José Múcio defendeu uma relação amistosa com os comandos militares e disse que com o tempo os protestos perderiam força.
O ministro vem sendo criticado por petistas no episódio dos acampamentos de golpistas na frente dos quartéis do Exército. Múcio defendia que ali estavam apenas pessoas fazendo uma manifestação, o ministro da Justiça, Flávio Dino (PSB), dizia que ali estavam cometendo crimes. Após a ocupação e depredação de prédios públicos em Brasília, Múcio passou a defender o desmonte dos acampamentos.
“Fogo amigo”
Na quarta-feira (12), Múcio afirmou que não pretende entregar uma carta de demissão ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e reclamou de “fogo amigo” entre aqueles que pressionam por sua saída do governo.